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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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2443 OQÇ (shãpat)<br />

7.4; 12.12). Deus castigou Jerusalém com espada, fome, animais selvagens e pestes; estes<br />

são chamados de “quatro ... juízos [sh*põtim]” de Deus (Ez 14.21). sh'põtim infligidos por<br />

homens podem ser castigos divinos (Ez 16.41; cf. v. 38). Os castigos, a que magistrados<br />

civis sentenciam aqueles que quebram as leis humanas, também são denominados<br />

shepõtim (Pv 19.29).<br />

Existe uma clara teologia do castigo retributivo, vindicativo da justiça tanto divina<br />

quanto humana, expressa nas palavras shepet e sh'põt.<br />

s h ep ô t . Juízo. Nas duas passagens em que é usada, essa palavra assume o sentido de<br />

“castigo” como sentença penal, de conformidade com o significado 3c de BDB, “condenar<br />

e castigar” (p. 1047). O juízo, ou sentença, da prostituta é ser morta à espada (Ez 23.10).<br />

sh‘pôt aparece em paralelo com espada, fome e peste, que são castigos divinos (2 Cr 20.9).<br />

m is h p ã t . Justiça, ordenança, costume, maneira. A palavra indubitavelmente<br />

representa aquilo que é a idéia mais importante para uma correta compreensão do<br />

governo — seja o governo do homem pelo homem, seja o governo de toda a criação por<br />

Deus. Embora muitas vezes traduzida por “justiça” nas mais de 400 ocorrências de<br />

mishpãt na Bíblia hebraica, essa tradução freqüentemente é deficiente pelo fato de<br />

atualmente se fazer uma clara distinção entre os poderes legislativo, executivo e judiciário<br />

no que diz respeito a cargos e funcionários. Por conseguinte, shãpat, o verbo bastante<br />

comum (do qual deriva o substantivo mishpãt) que significa “dominar”, “governar”, e que<br />

se refere a todas as funções de governo, fica erroneamente limitado apenas a questões<br />

judiciais, ao passo que tanto o verbo quanto o substantivo abarcam todas essas funções.<br />

Uma análise de todos os usos na Bíblia traz à tona pelo menos 13 aspectos correlatos,<br />

mas ao mesmo tempo distintos da idéia central. Caso se queira traduzir essa idéia central<br />

por uma única palavra em português com campo semântico semelhante, obrigatoriamente<br />

ter-se-á de fazê-lo pela palavra “justiça”. O substantivo mishpãt pode ser usado para<br />

designar quase qualquer aspecto de governo civil ou religioso, conforme se vê a seguir:<br />

1. O ato de decidir uma ação litigiosa levada a um magistrado civil. BDB encontra 204<br />

desses casos, a começar por Êxodo 21.31 — embora PIB traduza de outra maneira. A<br />

maioria das ocorrências, porém, é bastante clara (Dt 25.1; Js 20.6 são exemplos).<br />

2. O local onde se decide uma ação litigiosa. Um uso claro desse uso bastante raro<br />

(porque não é conclusivo) é 1 Reis 7.7.<br />

3 .0 processo litigioso é denominado mishpãt. Existem muitos casos duvidosos, sendo<br />

difícil fazer distinção entre os significados 1 e 2. Um exemplo é Isaías 3.14. A palavra<br />

“litígio” seria uma tradução apropriada para essa categoria. Os casos mais claros<br />

empregam a preposição ‘im, “com”, seguida de um substantivo, “um litígio [ou demanda<br />

judiciall com fulano” (Jó 22.4), ou então a preposição 'et, “com” (Sl 143.2).<br />

4. Um caso de litígio (i.e., um caso específico levado ao magistrado). Salomão, por<br />

exemplo, pediu a Deus que lhe desse entendimento para poder “ouvir mishpãt”, ou seja,<br />

decidir sobre um caso trazido até ele (1 Rs 3.11). Se não se aceitar essa acepção, então a<br />

expressão ‘ãraktt mishpãt (“tenho já bem encaminhada minha causa”, Jó 13.18) parece<br />

insustentável. Veja-se também 1 Reis 8.59. Com essa conotação a palavra faz paralelo a<br />

rib, “demanda”.<br />

5. Uma sentença ou decisão dada por um magistrado. Este é um sentido bastante<br />

comum. Em tais casos é plenamente correto empregar o costumeiro “juízo” (1 Rs 2 0 .4 0 ;<br />

ARA, “sentença”). Em Jeremias 2 6 .1 1 , 16, “digno de morte” (PIB; ARA, “réu de morte”)<br />

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