DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1718 rn r ,0 y (‘ashtõret)
hebraica bõshet, “vergonha” (.q.v.); as form as acadiana e ugarítica [norm alizada para
yattart\ e a transliteração grega não apontam para vogal algum a entre as duas últimas
consoantes. Essa form a hebraica no singular é em pregada três vezes no livro de Reis em
referência a uma deusa sidônia adorada por Salom ão (1 Rs 11.5, 33; 2 Rs 23.13,
denom inada shiqqúts, “abom inação” dos sidônios). N os demais textos do AT usa-se o plural
‘ashtãrôt, em geral associado com os baalins (o plural de Baal [ba‘al, q.v.], Jz 2.13; 10.6;
1 Sm 7.4; 12.10) e um a vez com “deuses estranhos” (1 Sm 7.3). Depois da morte de Saul,
sua arm adura foi posta num templo de Astarote (1 Sm 31.10).
Alguns estudiosos discordam, mas parece que a deusa Asera (’ãshérá, q.v.) e As tarte
são uma única e m esma divindade (e.g., KAPELRUD, p. 62). Na Bíblia H ebraica, com o
tam bém nos textos ugaríticos, As tarte aparece com m uito m enor freqüência do que Asera.
Am bas, no entanto, são associadas a Baal (e em ugarítico com El). Para com plicar ainda
mais o quadro do panteão cananeu, alguns estudiosos são da opinião de que a deusa
Anate (ugarítico ‘n t, UT 19: n? 1 889), a consorte de El e a esposa-irm ã de Baal, é, às
vezes, identificada com Asera e Astarte (e.g., HARRISON, p. 167). “Anate” não ocorre no AT
com o nom e de um a deusa, mas é o nome do pai de Sangar (Jz 3.31; 5.6; cf. Anatote, um
topônim o, Js 21.18). Os devotos dessas deusas glorificavam Astarte, Asera e Anate (ou,
na opinião de alguns, uma única deusa com três nom es diferentes) em term os de
características sexuais exageradas (como nas estatuetas de terracota) lado a lado com um
sadism o depravado (com o nas repugnantes cenas descritas na literatura épica ugarítica).
Os leitores atuais do AT, sem dúvida alguma, às vezes perdem de vista a significação
e a im portância da idolatria cananéia. A adoração de um deus ou de uma deusa dos
cananeus não foi uma m ácula irrelevante na história de Israel. Além do efeito aviltante
e devastador que tinham sobre o praticante, os atos de adoração, que incluíam
prostituição m asculina e fem inina em relações heterossexuais e hom ossexuais, opunham -
se fundam entalm ente à adoração do Deus vivo e eram, na realidade, atos de traição
contra a suserania divina. R. K. Harrison, depois de descrever o sistem a obsceno e cruel
de adoração dos cananeus, conclui que “sua natureza sórdida e degradante contrasta
nitidam ente com os elevados ideais éticos de Israel. A falta absoluta de caráter m oral nas
divindades cananéias faziam desses atos depravados (tais com o prostituição ritual,
sacrifício de crianças e adoração dissoluta) a expressão normal da devoção e fervor
religiosos. Conseqüentem ente, não podia haver nenhuma conciliação entre a m oralidade
do Deus de Israel e a sensualidade depravada da religião cananéia” (p. 170).
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