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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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698 lo n (hsd)<br />

efetuaram a união “mais do que história, juram ento, ameaça e prom essa” (McCARTHY, D.<br />

J., Treaty and couenant, Pontif. Bib. Inst., edição de 1963, p. 163).<br />

O texto em si de Êxodo 20 e Deuteronomio 5 simplesm ente afirma que o am or (hesed)<br />

de Deus para com aqueles que o amam Cãhab) é o oposto daquilo que ele mostrará<br />

àqueles que o odeiam. Certamente o contexto desses m andamentos é a vontade de Deus<br />

para toda a humanidade, em bora seu cuidado especial, na verdade sua aliança, seja com<br />

Israel. No entanto, é uma pressuposição falaz que essa hesed referir-se-ia apenas a essa<br />

aliança e não à bondade divina eterna que está por trás da aliança.<br />

O texto de Êxodo 34.6, 7 é mais completo e mais solene, por vir após a grande<br />

apostasia. Ele apresenta uma terna revelação do eu divino a Moisés. Sak. está certa aqui<br />

ao dizer “que o perdão deveria ter estado sem pre latente [pelo menos!] no uso teológico<br />

de hesed”, m esmo antes do exílio (p. 119). A associação com a m isericórdia divina é, sem<br />

dúvida, patente nas palavras e no contexto do evento da apostasia. A palavra rahum, com<br />

suas nuanças de am or materno, e hannun, “graça”, com binadas com a expressão “tardio<br />

em irar-se”, todas elas enfatizam o caráter de Deus, que é amor. Ele é grande em hesed<br />

e ’emet (sobre o que falaremos mais adiante). Ele mantém a sua hesed para com<br />

m ilhares, o que é im ediatamente relacionado com perdão de pecados. Parece trivial que<br />

tudo isso apenas diga que Deus mantém o seu juram ento. O juram ento é m antido porque<br />

é o Deus amoroso que faz o juram ento.<br />

Sak. reúne habilmente as várias passagens baseadas em Êxodo 34.6, 7. São elas:<br />

Núm eros 14.18, 19; Neemias 9.17; Salmos 86.15; 103.8; 145.8 (cf. 9 e 10); Joel 2.13; e<br />

Jonas 4.2. Dessas passagens, apenas Salmos 86.15 inclui a palavra 'emet depois de<br />

hesed. Todas elas falam do am or do Senhor, e algumas mencionam seu perdão. Nenhum a<br />

fundamenta a hesed especificam ente na aliança.<br />

Alguns acreditam que a frase hesed e 'emet, “verdade”, m encionada acima, favoreça<br />

o conceito de lealdade ou fidelidade em hesed. A frase ocorre cerca de 25 vezes com aproxim<br />

adam ente sete outras numa relação menos próxima entre as duas palavras. A m aioria<br />

crê que temos aí uma hendíadis, e um substantivo serve para descrever o outro. Desse<br />

modo a frase tem o significado de “amor fiel”, ou “bondade verdadeira”, ou algo do gênero.<br />

Bondade e fidelidade constituem uma hendíadis equivalente e satisfatória em português.<br />

Parece que a com binação delas dificilmente acentua, na palavra hesed, a idéia de<br />

fidelidade a uma aliança. Caso o termo já significasse isso, por que acrescentar-se-ia o<br />

qualificativo “fiel”? Em geral, com o no uso de hesed isoladam ente, não há nenhuma<br />

aliança expressa para a qual haja o dever de fidelidade. Tal aliança é suposta em 1 Reis<br />

3.3, e, em bora a hesed de Deus para com Davi em fazer seu filho reinar de fato ocorresse<br />

de acordo com uma aliança, esse evento também se dava de acordo com o am or divino por<br />

trás da aliança. O texto não o atribui a lealdade da aliança. Stoebe destaca que, no salm o<br />

89, a aliança do versículo 3[4] baseia-se na hesed do versículo 2[3] (THAT, p. 615).<br />

Outro par de substantivos é aliança, b'rit, e hesed, em pregado sete vezes com alguns<br />

outros casos de uso em contextos próximos. O principal uso é Deuteronom io 7.9, 12, que<br />

tem ecos em 1 Reis 8.23; 2 Crônicas 6.14; Neemias 1.5; 9.32; e Daniel 9.4. O texto em si<br />

é cham ado, por Stoebe (THAT, p. 616), de paráfrase de Êxodo 34.6. Ele observa que<br />

Deuteronom io 7.8 já baseia todo o favor de Deus em seu amor. Caso esse par de vocábulos<br />

seja traduzido por “am or da aliança” ou “aliança e am or”, deve-se lem brar que o am or está<br />

por trás da aliança. Essa idéia é ilustrada por Jerem ias 2.2, onde a hesed que Israel<br />

dem onstrou na sua juventude é com parada ao am or de uma noiva. O am or de uma noiva<br />

é o fundam ento da promessa e não o seu resultado.<br />

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