DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2356 (sh ôsh a n )
2355 TKtf ishwr). III. Aceita com o raiz de:
2355a f"!Í\D(shôr) boi, touro.
2355b 1"D (shür) muro (e.g., Gn 49.22; Jó 24.11).
2355c rrn© (shúrâ) fileira de oliveiras ou videiras (Jó 24.11; Jr 5.10).
shôr. Boi, touro. Palavra às vezes usada com o coletivo, em geral se refere a uma única
cabeça de gado, tanto macha quanto fêmea (BDB). Os bois eram m uito valiosos,
especialm ente pelo trabalho e pela comida. Eram essenciais a colheitas abundantes (Pv
14.4). Não podiam, contudo, ser postos sob o m esmo jugo com um jum ento (Dt 22.10) nem
amordaçados enquanto trilhavam o cereal (Dt 25.4). As leis pertinentes a eles também
refletem o seu grande valor monetário. São mencionados em dois dos dez mandamentos:
não se deve cobiçar o boi do próximo (Êx 20.17), e o boi deve descansar no sábado (Êx
23.12). Diversas leis jurisprudenciais de Êxodo 21— 23 dizem respeito ao boi. Por exemplo,
o boi que chifrasse alguém devia ser apedrejado; seu proprietário devia ser considerado
inocente a menos que soubesse que o boi era dado a chifrar; neste caso tam bém devia ser
m orto (Êx 21.28 e s.; cf. Êx 21.35 e s.). Havia obrigação de devolver o boi de um inimigo
m esmo que o encontrasse solto (Êx 23.4; cf. Dt 22.1-4).
O shôr, por ser o rei dos animais domesticados, tinha grande proem inência e era
sím bolo de majestade. Por esse motivo o touro era muitas vezes adorado em todo o antigo
Oriente Médio, e algumas vezes Israel se sentiu fortemente inclinado a ceder a essa
tentação, por exemplo, no caso do bezerro de ouro (Sl 106.19 e s.; cf. Êx 32.1-6). De um
ponto de vista positivo, o touro era considerado o sacrifício de m aior valor (cf. Dt 17.1; Lv
22.23; 4.3, 14; passim). Ademais, na bênção dispensada por Moisés às tribos, José é
com parado ao primogênito do touro devido à sua majestade e superioridade sobre todas
as nações (Dt 33.17). Destaque-se ainda mais que um dos quatro rostos dos seres vivos
que sustentam o trono de lavé é o rosto de um touro (Ez 1.10; cf. Ap 4.6 e s.).
J.E.H.
“V)Í0 (shôrêr). Veja o n? 2 354a.
2356 (shôshan) lírio.
Palavra aparentada de sshshn, que significa “grande flor” ou “lírio d’água” em
egípcio. Alguns entendem que o vocábulo deriva do acadiano shushshu, “hexagonal”,
referindo-se às seis folhas desse lírio. Aparece principalmente em textos poéticos com o
sím bolo de beleza.
Em Cantares de Salomão, emprega-se “lírio” em referência à noiva. Ela é um “lírio
dos vales” (2.1, não confundir com a planta tecnicamente denominada “lírio-do-vale”) e um
“lírio entre os espinhos” (2.2; cf. 4.5, 6.11). Os deliciosos lábios do noivo são assemelhados
a lírios em 5.13. Isso pode ser referência ao seu formato e também à sua fragrância. Em
Oséias 14.5 se diz que Israel “florescerá como o lírio”, uma referência à beleza e à
abundância que voltará a ter depois de se arrepender.
O tem plo de Salom ão usou o lírio com o tema ornam ental, o que foi primeiramente
encontrado no Egito. Os capitéis de dois metros de altura, postos sobre as colunas Jaquim
e Boaz, foram feitos em forma de lírio (1 Rs 7.19, 22), e o grande m ar de metal fundido
tinha a beirada enfeitada com lírios em flor (1 Rs 7.26).
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