DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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descanso”, ou seja, deixar a sós. É assim que Deus deixou os cananeus em paz ou a sós
(Jz 2.23) e Davi procedeu igualm ente com Sim ei (1 Sm 10.25). A raiz é em pregada num
sentido peculiar de “estar aliado com ” (Is 7.2).
O verbo tem pelo m enos quatro em pregos teológicos relevantes nos seguintes
contextos: fúnebre, espiritual, m ilitar e soteriológico.
O prim eiro uso refere-se ao descanso da morte, conform e se vê em Jó 3.13, 17, em
que Jó lam enta sua existência e celebra os que nascem m ortos (cf. Pv 21.16). Em Daniel
12.13 Deus diz a Daniel que ele estará morto no fim dos dias (KD).
O significado psicológico-espiritual vem à tona em Jó 3.26, passagem em que Jó se
queixa de estar com “grande perturbação” (rãgaz) e não ter “repouso” (sháqat) nem
“descanso” (shalwâ). Provérbios 29.17 aconselha a que se corrija o filho a fim de que este
dê aos pais "descanso” psicológico ou (nas palavras paralelas) “delícias à alm a". O
descanso espiritual (a ausência de dificuldades) se vê em Isaías 14.3, 7 (cf Pv 29.9) e com
m aior clareza em Isaías 28.12 (em bora esta passagem possua claras nuanças
soteriológicas). O único e verdadeiro local de descanso espiritual é Deus (mãnúah, Sl
116.7).
O em prego m arcial associa a prom essa divina (D t 12.10) e o seu cum prim ento (Js
21.44 (42J) de derrotar os inim igos de Israel e lhe dar descanso (vitória e segurança) na
terra. O descanso ininterrupto (2 Sm 7.1) dependia da obediência de Israel (Nm 32.15).
Davi. um hom em /instrum ento de guerra, não teve perm issão para construir um local de
descanso para Deus, m as Salom ão, o m onarca que reinou depois de Deus ter estabelecido
a paz (i.e., depois de Deus ter estabelecido um hom em de descanso), teve tal perm issão
(1 Cr 22.9). A soberania m ilitar de Deus estendia-se para além das fronteiras da Palestina
(nòah, Et 9.16). Ele não estava preso a algum local, com o era o caso de outros “deuses”.
Este uso figurado ocorre em Salm os 125.3, em que se afirm a que “o cetro dos ím pios” não
iria “repousar” (a r a, “perm anecer”; i.e., de m odo a conquistar e a dom inar) os justos.
N esse sentido cf tam bém Provérbios 14.33; Eclesiastes 7.9; Zacarias 6.8; especialm ente
N úm eros 11.25; 2 Reis 2.15; Isaías 11.2.
O em prego soteriológico decorre da teologia do sábado. Em Gênesis 2.2-3 o shãbat
(a cesssação do trabalho) descreve o descanso de Deus, mas em Êxodo 20.11 usa-se a
palavra nüah. Por conseguinte, o homem deve não apenas abster-se de seus esforços
m undanos (Êx 31.12-17; cf. Is 58.13-14), mas tam bém entrar num estado de descanso na
vitória/salvação (Js 1.13; cf. Dt 25.19). Som ente a presença e o favor de Deus é que
tornam possível este descanso (bem com o o descanso m ilitar; Êx 33.14; cf. Is 14.3, 7). O
verdadeiro descanso/salvação há de ser declarado na era m essiânica, mas haverá um juízo
inicial e culm inante sobre Israel com a pregação deste descanso em idioma(s)
estrangeiro(s); c f Isaías 28.12 (cf tam bém Dt 28.49, Jr 5.15; 1 Co 14.21). Deus, no
entanto, por interm édio de seu M essias, finalm ente conquistará o verdadeiro descanso
para o seu povo escolhido (Is 63.14; cf Hb 3.7— 4.13).
n a h a t. D e s c a n s o , tra n q ü ilid a d e. (Em Jó 17.16 a BJ traz, decifrando m elhor o texto,
"baixarem os” em vez de “descansarem os”, entendendo que a raiz é nahat, do ugarítico nht,
■"descer” ; observe-se a diferença de guturais nas duas raízes em ugar.) Este substantivo
denota ou um estado de im obilidade (Jó 36.16) ou de paz interior, ou seja, segurança, etc.
Ec 4.6, 6.5). Ocorre sete vezes. O substantivo nahat, “descanso”, é igual na form a a
nahat, “descida”, que provém da raiz nãhat. C f o par hom ógrafo shahat, “cova”, derivado
de shúah, e shahat, “corrupção”, derivado de shãhat.
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