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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1199 -f?0 (mãlak)<br />

Devem-se observar duas importantes questões correlatas:<br />

1. O papel da m onarquia em Israel. Nos primeiros tempos não havia em Israel<br />

nenhum magistrado que fosse chamado de rei. No período patriarcal a autoridade civil era<br />

desempenhada por anciãos das tribos; nos primeiros anos após o povo se estabelecer na<br />

terra prometida, por anciãos das tribos e das aldeias. Durante a época dos shõphrtim<br />

(palavra traduzida usual, mas impropriamente, por “juizes”) houve líderes carismáticos<br />

(no sentido correto da palavra, ou seja, líderes por um dom divino) temporários das<br />

alianças tribais. Mas idéias antigas de monarquia, geralmente (mas não invariavelmente)<br />

associavam dinastia com reinado. Os livros de Samuel contam a história do primeiro<br />

esforço, contrário à vontade expressa de Deus, de estabelecer uma monarquia nacional<br />

permanente. Conquanto formar uma dinastia fosse almejado pela casa de Saul, a<br />

Providência impediu que isso se concretizasse. Mas a monarquia já tinha sido prevista na<br />

lei mosaica (Dt 17.14-20; 28.36), e Deus estabeleceu Davi e sua dinastia para sempre<br />

sobre Israel. No dizer de John Bright CA H istory o f Israel, Westminster, 1959, p. 204),<br />

A teologia da monarquia davídica é mais bem apreciada nos salmos reais (os<br />

salmos reais incluem Sl 2; 18 12 Sm cap. 22]; 20; 21; 45; 72; 89; 101; 110; 132;<br />

144.1-11), que, embora não se possa datá-los com precisão, são todos pré-exílicos<br />

e, na sua maioria, bem antigos. Sua expressão clássica, no entanto, encontra-se<br />

no oráculo de Natã (2 Sm 7.4-17), uma passagem que indubitavelmente<br />

desenvolve uma idéia básica antiga (c f também 2 Sm 6; 1 Rs 8). Essa teologia<br />

também se encontra no velho poema de 2 Samuel 23.1-7, que é atribuído ao<br />

próprio Davi. (A tradição não é de forma alguma inacreditável: c f O. Procksch,<br />

“Die letzten Worte Davids” [BWANT, 13 {1913}, pp. 112-125]; A. R. Johnson,<br />

Sacral kingship in ancient Israel [Cardiff, University of Wales Press, 1955, p.<br />

15] — onde há uma bibliografia mais completa.) A essência dessa teologia é que<br />

a escolha de Sião e da casa davídica por Yahweh é eterna (Sl 89.3 [41; 132.11-<br />

14): embora os reis possam ser punidos por causa de seus pecados, a dinastia<br />

jamais seria eliminada (2 Sm 7.14-16; Sl 89.19-37 [20-38]). O rei governava na<br />

condição de “filho” de Yahweh (Sl 2.7; 2 Sm 7.14), de seu “primogênito" (Sl 89.27<br />

[28]), de seu “ungido” (Sl 2.2; 18.50 [511 [71; 20.6). Pelo fato de Yahweh tê-lo<br />

firmado em Sião, inimigo nenhum prevaleceria contra ele (Sl 2.1-6; 18.31-45 [32-<br />

46] [8-13]; 21.7-12; 132.17 e s.; 144.10 e s.); pelo contrário, nações estrangeiras<br />

submeter-se-iam ao seu governo (Sl 2.7-12; 18.44 [45] e s.; 72.8-11). A aliança<br />

davídica desenvolveu o esquema da aliança patriarcal no sentido de que<br />

baseava-se nas promessas incondicionais de Yahweh quanto ao futuro. (Veja G.<br />

E. MENDENHALL, Law and covenant in Israel and the A ncient N ea r East [The<br />

Biblical Colloquium, 19551.)<br />

2. A relação entre o rei e a religião e a adoração pública nacionais. Conforme visto<br />

o rei era uma pessoa sagrada — ele governava por nomeação e autoridade divinas<br />

também R. D. CULVER, Toward a biblical view o f civil governm ent, Moody, 1975, pp.<br />

74-76, 87, 88, 123, 129, 169, 170, 251). Mas ele não tinha oportunidade alguma no<br />

ócio. Intrometer-se naquela função sagrada era considerado pecado seriíssimo (cf.<br />

da usurpação da função sacerdotal por Saul, 1 Sm 13.1-14).<br />

Existe uma escola de crítica histórico-bíblica radical que afirma que a prática<br />

uica de Israel, por ter sido copiada dos vizinhos pagãos (2 Sm 8, esp. v. 20),<br />

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