DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1832 ÊHS (pãras)
É de interesse para esse estudo o relato sobre a devolução, pelos filisteus, da arca
para Israel (1 Sm 6). A presença de Deus sempre causa problemas para o pecador! Os
filisteus foram orientados a mandar a arca de volta num carro novo, puxado por duas
vacas que nunca tinham trabalhado e que tinham acabado de ter crias (1 Sm 6.7). Os
bezerros foram separados das mães (1 Sm 6.7). A prova contundente de que Deus estava
conduzindo as vacas é que elas, apesar de separadas de suas crias, vão em frente e
rumam para Bete-Semes (1 Sm 6.12).
Em duas oportunidades usa-se pãrâ simbolicamente: em Oséias 4.16, em que se
compara a apostasia de Israel a uma vaca obstinada, e em Amós 4.1, em que a palavra
simboliza a opulência extravagante das mulheres de Samaria.
V.P.H.
1832 CHE (pãras) estender, esticar.
Termo Derivado
1832a
(miprãs) expansão, extensão.
Esse verbo aparece 69 vezes no AT (57 vezes no qal; uma vez no nifal; 11 vezes no
piei). Existem vários objetos diretos que acompanham pãras. Aqueles que ocorrem com
maior freqüência são: 1) kãnãp (13 vezes; duas no singular, Rt 3.9; Ez 16.8, “extremidade
da roupa”; e 11 vezes no plural, “asas”). Muitas dessas referências são a querubins que
estendem suas asas sobre a arca (Êx 25.20; 37.9; 1 Rs 6.27; 8.7; 1 Cr 28.18; 2 Cr 3.13;
5.8). As “asas” de Deus podem funcionar como uma armadilha para apanhar os ímpios (Jr
48.40; 49.22) ou agir como uma proteção e coberta para os justos (Dt 32.11).
2) Outro objeto direto freqüentemente usado com pãras é reshet, “rede” (9 vezes). A
rede pode ser estendida por Deus mesmo sobre o seu próprio povo transviado (Ez 12.13;
17.20; 32.3; Os 7.12). A rede pode ser estendida também sobre Israel por um invasor (Ez
19.8) ou sobre um indivíduo por homens hostis (Sl 140.5 [6]). Cf. Provérbios 29.5;
Lamentações 1.13; Oséias 5.1.
3) Mais freqüentemente o objeto direto de pãras é “mão” (kap, “palma da mão”, 13
vezes; yad, “mão”, 5 vezes). Esta é, obviamente uma referência ao gesto de estender as
palmas das mãos em oração diante de Deus. Os dados do AT parecem indicar que o indivíduo
podia assumir posturas diferentes quando orava: 1) de pé (1 Sm 1.26; 1 Rs 8.22; Jr
18.20); 2) ajoelhado (1 Rs 8.54; Ed 9.5; Dn 6.11); 3) prostrado (Js 7.6); 4) de cabeça inclinada
(Gn 24.26; Ne 9.6); 5) com o rosto entre os joelhos (1 Rs 18.42); 6) sentado (2 Sm 7.18).
Talvez não haja relevância especial no fato de o vocábulo usado depois de pãras
quando o verbo, no qal, refere-se à oração ser sempre kap, literalmente “palma da mão”.
No piei, contudo, o objeto do verbo, caso o sentido seja o de orar, éya d (Sl 143.6; Lm 1.17),
com exceção de kap em Isaías 1.15.
Algumas personagens que levantam ou estendem as palmas das mãos diante de Deus
na oração são: 1) Moisés (Êx 9.29, 33); 2) Salomão (1 Rs 8.22, 54; 2 Cr 6.12, 13); 3) Esdras
(Ed 9.5); 4) Jó, aconselhado por Zofar (Jó 11.13); 5) a oração dos piedosos que voltaram
suas cabeças na direção do templo (1 Rs 8.38; 2 Cr 6.29); 6) aqueles que usam a oração
como um disfarce para a injustiça e a opressão (Is 1.15); 7) aqueles que estendem as
palmas das mãos para um deus estranho (Sl 44.20 [21]).
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