DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1090 r ò (lüz)
mencionados no “Hino ao Sol”, que foi composto pelo faraó reformador Akenaton e guarda
alguma semelhança com o texto do salmo 104, o leviatã e outras criaturas esperam
humildemente em Deus (v. 27) na condição de “hóspedes” deste mundo junto com a
humanidade (C. S. Lewis, Reflections on the Psalms). O substantivo liwyãtãn também
pode designar serpentes, tais como aquelas que encantadores fazem levantar, os quais,
segundo cria-se, eram capazes de lançar maldições (Jó 3.8; cf. Nm 22.5-6). O “leviatã“
passa então a denotar uma ágil serpente marinha, morta por Deus, para simbolizar o
castigo da “iniqüidade dos moradores da terra” (Is 26.21— 27.1).
Muitos estudiosos identificam o leviatã do AT com monstros mitológicos do caos, tais
como Lotan de Ugarite ou Tiamat e Kingu da Babilônia. Suas cabeças esmagadas em
Salmos 74.13 (supostamente sete) são identificadas com aquelas dos dragões de sete
cabeças (ilustrados em IDB, v. 3, p. 116) mortos por Baal (sendo que as Escrituras teriam
substituído o nome deste deus por Yahweh), e suas roscas acordadas, em Jó 3.8, são
identificadas com aquelas que, supostamente, causavam eclipses quando o animal ficava
enrolado em torno do sol.
Uma posição crítica e negativa sustenta que os escritores do AT acreditam na
realidade dessas criaturas. Deve-se, no entanto, negar vigorosamente que os autores do
AT acreditassem de fato nessas mitologias. Alguns, porém, têm defendido que as
referências ao leviatã como um animal de muitas cabeças em Salmos 74.14 e à sua
aparência de serpente em Jó 3.8 podem ser alusões a temas mitológicos da época (cf. o
artigo de Smick na bibliografia). Albright chama isso de uma correta demitologização
pelos autores bíblicos (YGC, p. 183-93).
B ibliogra fia : — KlSSLlNG, N. K. Antecedents of the medieval dragon in sacred
history. JBL 89:166-77. — PAYNE, J. B. Theology ofthe Older Testament. Zondervan, 1971.
— PFEIFFER, C. F. Lotan and Leviathan. EQ 32:208 e ss. — SMICK, E. B. Mythology and
the book of Job. JETS 13:106.
J.B.P.
1090 H7 (lüz) apartar-se, desviar-se.
Termos Derivados
1090a (lãzüt) afastam ento, desonestidade, tortuosidade.
1090b H1? (lüz) am endoeira, m adeira de am endoeira. Ocorre somente em Gênesis
30.37, referindo-se às varas cuja casca Jacó tirou (ARA, “aveleira”).
O verbo lüz ocorre nos graus qal, nifal e hifil. O imperfeito do qal é usado em
Provérbios 3.21, quando a Sabedoria instrui seu filho a não deixar o bom senso e a
prudência “se apartarem” de diante de seus olhos. Concentrar-se em ambas as coisas é
garantia de vida e graça.
Em Provérbios 4.21 a Sabedoria incentiva seus ouvintes a acolher suas palavras e
a não deixá-las fugir de suas mentes (NEB; lit., “não as deixes se afastar de teus olhos”).
Nessa passagem, lüz ocorre no imperfeito do hifil.
Nos quatro exemplos seguintes, lüz ocorre na forma participial do nifal. Duas
passagens empregam figuradamente o verbo para designar caminhos tortuosos ou
enganosos (Pv 2.15; Pv 14.2). (Observe-se a tradução da NEB, “homem dúbio”, em 14.2.)
776