DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1833 tDIS (pãrash)
Parece que, na maioria dos casos de mãos erguidas, isso ocorre num espírito de
súplica. A mesma idéia pode ser vista, no entanto, com o verbo nãsâ, “erguer”, “levantar ,
em Salmos 28.2; 134.2; 141.2. Cf. o ugarítico sa ydk smm, “ergue tuas mãos para os
céus” (Krt: 75-76). Paulo reflete essa prática em 1 Timóteo 2.8.
BDB e GB indicam como um pi‘lel de pãraé a estranha forma parsez, encontrada em
Jó 26.9.
V.P.H.
rçna (pãrsez). Veja comentário no verbete n? 1 832.
1833 (pãrash) I, distinguir, anunciar.
Termo Derivado
1833a n£hS (pãrãshâ) declaração exata (Et 4.7; 10.2).
Esse verbo é encontrado cinco vezes no AT (ou quatro, caso em Ez 34.12 o TM seja
alterado de niprãshôt para niprãsôt, “suas ovelhas que estão ‘dispersas’”, entendendo-se
que a palavra é uma forma de pãras em vez de pãrash). O único uso do verbo no hifil é
Provérbios 23.32, “e ‘picará’ como o basilisco”. KB (p. 782-3) inclui esse caso no verbete
pãrash I, mas BDB (p. 831) relega esse versículo de Provérbios a uma raiz distinta,
pãrash II.
Os três textos que nos faltam estudar, portanto, são: 1) Levítico 24.12 — no caso de
blasfêmia é dito acerca do réu que ele devia ser posto sob custódia até que a vontade do
Senhor “ficasse clara” (lit.). 2) Números 15.34 — num caso de violação do sábado o
infrator era mantido sob custódia até que seu castigo fosse “determinado” ou
“estabelecido” (lit.). 3) Neemias 8.8 — “Assim, leram no livro, na lei de Deus,
‘distintamente’” (IBB), ou, em algumas outras versões, “eles iam lendo o livro da lei e
‘traduzindo’” (BLH), ou seja, do hebraico para o aramaico. É possível que a forma do verbo
em hebraico aqui, mepõrãsh, seja o equivalente da forma aramaica de Esdras 4.18, “A
carta que vocês mandaram foi traduzida [mepãrash\ ... e lida para mim” (BLH). (Ed
4.6— 6.18 está escrito em aramaico; o restante do livro, em hebraico).
O sentido básico continua sendo o de “tornar claro”, “ficar claro” (por meio de
revelação, explicação ou tradução).
A palavra “fariseu” é derivada dessa raiz hebraica. A origem desse movimento e
também da designação “fariseu” em si despertam bastante curiosidade. Segundo certa
teoria, fariseus, sob a liderança do príncipe hasmoneu João Hircano (135— 104 a.C.), ele
próprio um ex-fariseu, foram expulsos do sinédrio e foram posteriormente rotulados com
o nome d eperushim, i.e., “aqueles que causam distinção/separação”. Em outras palavras,
originariamente o termo foi pejorativo, algo parecido com o nome dado aos participantes
do Clube Santo de Oxford, os “metodistas”. E, à semelhança dos metodistas, os fariseus
assumiram esse apelido, mas usaram o sentido hebraico alternativo da palavra,
“expoentes (da Lei)”. Os fariseus são, então, os “que causam distinção” no sentido de que
são expositores da Lei, quer oral quer escrita.
V.P.H.
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