DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

982 r f o (kãlâ)
982 (k a lâ ) I, c o n c l u i r , c e s s a r , c o n s u m i r , d e t e r m i n a r , t e r m i n a r , f r a c a s s a r ,
a c a b a r .
Termos Derivados
982a t r f e (k ã lâ ) c o n s u m a ç ã o .
982b rÒI) (k ã le h ) c o n s u m i r d e s a u d a d e , a n s i a r . Ocorre som ente em
Deuteronôm io 28.32, w e‘ê n e k ã r õ ’ô t w ek ã lô t ’ã lê h e m , “e teus olhos verão e
consum irão de saudades por eles” (lit.).
982c fVpS (k illã y ô n ) d é b i l , m o r t i ç o (referindo-se aos olhos, Dt 28.65);
a n i q u i l a ç ã o (Is 10.22).
982d tilTOQ (m ik lâ ) p e r f e i ç ã o , som ente em 2 Crônicas 4.21 na frase m ik lô t
z ã h ã b , “perfeições de ouro” (lit.), isto é, ouro puríssimo.
982e (tik lâ ) p e r f e i ç ã o .
9 82f tnr^pn (ta k llt) f i m , p e r f e i ç ã o .
982g (k eli) v a s o , u t e n s í l i o .
A idéia básica desta raiz é a de “concluir um processo”. Em todas as suas form as a
raiz ocorre 237 vezes, das quais 206 como verbo. Como tal ela ocorre com um sentido
intransitivo no grau qal 64 vezes. Transitivam ente aparece 140 vezes no piei. As duas
ocorrências restantes como verbo aparecem no pual. A raiz tam bém ocorre em ugarítico
e acadiano. O fato de que a raiz acadiana é k ã lü , que refletiria uma form a original k l ’ e
de que k ã lü tem tanto os sentidos de “cessar, terminar, acabar” quanto os de “adiar,
conter” tem levado alguns a sugerir que k ã lâ , “cessar”, é um derivado de k a l ã ’, “conter”
(q.v.). Em bora isso seja possível, o uso das duas raízes em hebraico revela quase nenhum a
ligação.
Os processos que são levados a uma conclusão podem ser positivos ou negativos. Ou
seja, algo pode ser continuam ente acrescentado até que esteja cheio ou acabado ou então
pode ser continuam ente tirado até que não haja mais nada. O verbo “acabar” junto com
a preposição “de” coincidem de form a bem adequada com k ã lâ , pois tal verbo pode
tam bém ter conotações tanto positivas quanto negativas.
Processos que são concluídos incluem a construção do tem plo (2 Cr 8.16, e tc .), falar
(Gn 17.22, e tc .), com er (1 Rs 1.41, e tc .), beber (Gn 24.19, e tc .), apresentar um a oferta (1
Sm 13.10, e tc .), fazer a colheita (Rt 2.21, e tc .) e inúm eros outros. Parece que nessas
referências existe uma ênfase na totalidade. Não é que a pessoa sim plesm ente chegou a
um ponto no processo e então parou, mas sim que ela realizou-o por inteiro. Um exem plo
encontra-se em Rute 3.18, onde Noem i diz a Rute que Boaz não vai descansar “enquanto
não concluir a coisa” (lit.). O substantivo k ã lâ apresenta a m esm a idéia, de m odo que
freqüentem ente deve ser traduzido por “conclusão” a fim de distinguir de algum outro tipo
de fim, que pode ser m eram ente a interrupção do processo em andam ento. Por outro lado,
dizer que k ã lâ significa “aperfeiçoar” é incorreto. “Perfeito” dá a idéia de “sem defeito”,
ao passo que “com pleto” ou “acabado” desconsidera a questão de haver ou não defeitos.
Do lado negativo, uma coisa que “é usada até o fim, definha, gasta-se, é consum ida”
é algo que experim enta o seu término. As primeiras três conotações ocorrem
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