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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1540 "'.?Ç (sãpar)<br />

sèper. E s c r ito , livro, sõpèr. E scrib a . As duas palavras são, em geral, consideradas<br />

com o em préstim o lingüístico do sem ítico oriental. Sèper vem do acadiano èipru, “escrito”,<br />

“m ensagem ” (o vocábulo acadiano procede de éapãru, “enviar”, “escrever”), e sõpér, do<br />

acadiano éãpiru, “escriba”. A passagem de S para s provavelm ente ocorreu em acadiano<br />

do norte. Uma vez ocorrida essa alteração, a palavra com o samekh tornou-se com um por<br />

todos os idiomas sem íticos (cf o egípcio iüpir, “escriba”).<br />

O verbo sem ítico spr ocorre com muitos desenvolvim entos sem ânticos: em sem ítico<br />

ocidental do sul significa “partir de viagem ”; em sem ítico oriental do sul, “m edir”; e em<br />

sem ítico ocidental do norte, “enum erar”. O verbo hebraico é uma forma denom inativa de<br />

sèper ou então tornou-se associado ao substantivo. Em favor da primeira sugestão existe<br />

o fato de que, enquanto o sinônim o mãnâ, “enum erar”, “contar”, evidencia o processo de<br />

contagem , parece que sãpar, em todas as passagens em que ocorre, retém uma lem brança<br />

im plícita do resultado do processo, o registro final pelo escriba. sãpar, por sua vez,<br />

produziu vários derivados.<br />

A posição social e o trabalho do sõpèr eram de grande importância no antigo oriente<br />

m édio. As mais antigas tradições dos escribas remontam aos antigos pólos culturais nas<br />

duas extrem idades do Crescente Fértil: M esopotámia e Egito. Na Babilônia a arte dos<br />

escribas com eçou em tempos bem rem otos e era regulam entada e estim ulada mediante<br />

o estabelecim ento de escolas para escribas, nas quais se dava uma educação formal<br />

rigorosa em todos os aspectos da cultura escrita. O escriba era, de fato, uma personagem<br />

indispensável, pois suas atividades pertenciam a todas as esferas da vida m esopotâm ica.<br />

Sem elhantem ente, no Egito a arte dos escribas tornou-se fundamental à sociedade dos<br />

faraós, a ponto de, na fam osa “Sátira sobre as Profissões”, a superioridade da profissão<br />

de escriba ser eloqüentem ente apresentada como “a m aior de todas as vocações”.<br />

No Israel pré-exílico a posição social e o trabalho dos escribas não estavam bem<br />

definidos. Sabe-se que o ofício existia (e.g., Baruque, o escriba de Jerem ias, Jr 36) e que<br />

o escriba, aparentemente, gozava de uma posição favorável e de responsabilidade no<br />

governo (2 Sm 8.17; 20.25; 1 Rs 4.3; 2 Rs 12.10-11; 22.3-7; Is 36.3; Jr 32.12-15), tendo até<br />

m esmo aposentos especiais no palácio (2 Rs 18.18; Jr 36.12). Não é de admirar, então, que<br />

os nom es de muitos escribas tenham ficado registrados, dentre os quais os mais famosos<br />

são: Baruque, Sebna (escriba de Ezequias), Safa (o chefe da fam ília de escribas que serviu<br />

o rei Josias) e Esdras.<br />

[Parece que os escribas tinham outras funções no governo além da de registrar coisas<br />

por escrito. Sebna, o escriba de Ezequias, foi um dos três em issários que foi avistar-se com<br />

o com andante do exército invasor da Assíria (Is 36.3). O texto bíblico tam bém afirma que<br />

ele era “adm inistrador” do palácio e que seria substituído por Eliaquim (Is 22.15-21). Esse<br />

era um cargo de autoridade e não apenas de registrar coisas por escrito. N o governo de<br />

Zedequias houve também um “escriba” (2 Rs 25.19; ARA, “escrivão”) “que alistava o povo<br />

da terra”, isto é, era encarregado de alistar o povo para o serviço militar. Em Juizes 5.14<br />

o escriba é identificado com a posição de comandante, pois ali se encontra a expressão “os<br />

que em punham a vara e não a pluma do escriba” (lit.), a qual é paralela de<br />

“com andantes”. BDB e GB talvez estejam certos em dizer que a palavra é, com freqüência,<br />

usada em tempos mais antigos para se referir a um alto cargo no palácio ou a um a alta<br />

patente no exército e que, depois da queda do reino, ficou reservada para designar a<br />

atividade literária e religiosa (e.g., Esdras, o escriba). A palavra “secretário” passa por um<br />

desenvolvim ento sem ântico parecido. W . F. Albright mencionou o desejo de F. Petrie em<br />

escavar Quiriate-Sefer achando que o significado do nom e do lugar era cidade do livro e<br />

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