DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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N o contexto de relações internacionais, a form a verbal designa o abandono de
com prom issos, um a revolta contra potências mais fortes. Esse conceito secular de revolta
aparece em 1 e 2 Reis e em paralelos em 2 Crônicas. Por analogia, mas num sentido
religioso, Israel foi acusado de rebelar-se contra seu divino Rei e contra a aliança
estabelecida entre eles (Is 1.28; 48.8; Ez 2.3; Os 8.1). Obviam ente Deus nunca é culpado
de com eter esse ato visto que não existe nenhum a autoridade superior a ele; por
conseguinte, essa é um a característica própria dos hom ens (Os 14.9) e, às vezes, é
contrastada com as ações dos fiéis (Pv 28.21) e dos justos (Sl 37.38). Em um a ocasião
Israel foi acusado de estar envolvido em rebelião “desde o ventre m aterno” (Is 48.8). Os
atos de transgressão, ou seja, de ultrapassar os lim ites das leis de Deus, causam im pacto
nas atitudes interiores, que criam engano (Is 59.13) ou um am or distorcido por esta
“independência” de Deus (Am 4.4). Isso pode obscurecer o conhecim ento que a pessoa tem
do que é certo (Os 8.1; Sl 51.13) e pode representar uma recusa obstinada da correção (Jr
2.8, 29; Os 7.13; S f 3.11; Am 4.4).
A reação divina à transgressão pode dar-se na form a de ju ízo (Sl 37.38; Is 1.28; Dn
8.23), m as o seu desejo profundo é realm ente o de propiciar salvação para que sejam
libertos desse m odo de vida. Por interm édio de Isaías (46.8), Deus com unicou-se clara e
audivelm ente, instando-o a se arrepender e a voltar atrás, e, por interm édio do Servo
Sofredor, criou as condições para uma m udança (Is 53.12). A queles que lançassem fora
tais pecados e deles se arrependessem (Jr 3.13; Ez 18.31), Deus os perdoaria e resgataria
(Jr 33.8; Os 7.13; S f 3.11). Pelo m enos um dos que foram assim redim idos quis contar a
outros com o se converter (Sl 51.13).
pesha*. R e b e liã o , rev o lta , tra n sg ressã o . Esse substantivo m asculino designa aqueles
que rejeitam a autoridade de Deus. N as acusações dos prim eiros dois capítulos de Am ós,
não-israelitas agem com pesh a‘ contra outros povos, mas com m aior intensidade o autor
diz que o povo hebreu era o culpado de pesha‘ contra a autoridade e a aliança de seu
Deus. Em alguns salm os, no livro de Provérbios e em alguns casos em Ezequiel enfatizase
o indivíduo, e não o grupo com o um todo, com o culpado desse pecado. Lam entações
personifica Jerusalém três vezes assim , e Isaías diz que a terra (num a figura de
linguagem que designa seus m oradores) estava envolvida em pesh a‘.
Há alguns contextos seculares em que esse vocábulo se refere à violação dos direitos
pessoais e da propriedade alheia (Gn 31.36; 50.17; 1 Sm 24.11; 25.28). N o contexto
religioso, essa palavra trata do envolvim ento em práticas do culto à fertilidade (Is 57.4),
de perseguição ativa do povo de Deus (Sl 5.10 [11]; 59.3 (41) e de contar falsidades (Pv
12.13; 17.9). O sentido predom inante de pesha‘ é o de rebelião contra a Lei e a A liança de
Deus, e, por conseguinte, o term o é um substantivo coletivo que denota a totalidade de
iniqüidades e um relacionam ento fraturado.
A m edida para contrastar esse tipo de pecado é o caráter do próprio Deus, pois, se
não houvesse um Deus assim , não poderia haver pesh a‘. Algum as passagens ressaltam
o contraste entre Deus e a rejeição de Deus pelo hom em , especialm ente o desejo divino
de consertar esse rom pim ento (Êx 34.7; Nm 14.18; Js 24.19; 1 Rs 8.50; Pv 19.11; M q
7.18).
pesh a‘ não som ente cria um abism o entre Deus e o hom em , mas tam bém gera
distorções dentro do próprio hom em , i.e., um a tendência de esconder suas ações (Jó 34.6),
o engano (Pv 28.24), a apatia (Sl 36.1 [2]), enferm idades (Sl 107.17), um gosto pelas brigas
(Pv 17.19), um a sensação de escravização (Pv 12.13), fácil irritabilidade (Pv 29.22),
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