DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

493 (liêkál)
mãqôrn (o lugar escolhido por Deus; ver qüm). Essa palavra ocorre 80 vezes.
Usos da palavra hêkãl fora da Palestina dizem respeito apenas ao domicílio real (2
Rs 20.18, e assim Os 8.14, ARA). Em Israel, hêkãl refere-se à moradia do Grande liei,
Deus (Ed 3.6). O termo acadiano ekallu (CAD, E, I, p.52) representa o palácio real, a
propriedade real, ou o salão principal (de recepções?) de uma casa particular. É
interessante que o AT oferece conotações semelhantes. Observe-se especialmente que essa
palavra não aparece no AT até 1 Samuel, o documento histórico que surgiu depois que a
monarquia foi instituída em Israel. Esse sentido (o palácio de Deus) ocorre nas preces dos
salmistas quando descrevem a vida de bem-aventurança (Sl 65.4(51). Figurativamente,
o próprio Davi ora no sentido de poder habitar na casa ou templo de Deus (Sl 27.4). Ele
certamente não está solicitando uma mudança na lei pela qual ele, que não era sacerdote,
pudesse entrar (na verdade, morar) no templo. Assim é por um estado de bemaventurança
que Davi ora, pedindo que sempre se ache sob o favor de Deus. Sem sombra
de dúvida, é para o palácio ou templo terreno de Deus que Davi direciona sua oração,
embora o alvo a quem se dirija seja o próprio Deus (Sl 5.7(8]; 138.2). Deus não está
limitado ao espaço do templo (1 Rs 8.27). Todavia, o lugar escolhido por Deus é o seu
templo, e este deve ser respeitado em proporção ao respeito devido ao Criador (Jr 7.4).
Desonrar o templo terá como conseqüência o juízo divino (Jr 50.28). Deus mesmo
levantará um servo para restaurar o seu templo (Ciro, Is 44.28), prefigurando a edificação
de um templo perfeito por um homem chamado Renovo (Zc 6.12; cf. Is 11.1; Jr 23.5; 33.15;
quanto à compreensão da igreja como este templo, compare Malaquias 3.1, Mateus 3.10-
12, 1 Coríntios 3.3-15 e 2 Coríntios 6.16). Paulo usa a palavra naos, que pode referir-se
a todo o edifício (A rn d t, p. 535).
Deve-se notar que o termo hêkãl foi aplicado à casa de Deus quando ainda uma tenda
(1 Sm 1.9: 3.3). No salmo 27, a estrutura provisória em que Davi colocou a arca é
chamada de casa (bêt), templo (hêkãl), pavilhão (sukkâ) e tabernáculo ( ohel).
Essa palavra também é aplicada a toda a “propriedade” de Deus. Por isso Davi
afirma que tudo no templo de Deus proclama “glória” (Sl 29.9).
hêkãl também se refere ao salão principal do templo. Primeiramente, o salão de
recepções de Deus (1 Rs 6.3; 7.50; 2 Cr 4.7) era o lugar onde Samuel dormia (1 Sm 3.3).
Já que apenas aos sacerdotes era permitida a presença naquela área, é possível que
Samuel não fosse tão jovem quanto se costuma pensar (Nm 4.3). Ali os reis ímpios
colocavam seus ídolos (2 Cr 29.16) e foi este lugar sagrado que Uzias profanou (2 Cr
26.16). Mais tarde os inimigos de Neemias tentaram enganá-lo para que entrasse ali. Se
Neemias o tivesse feito, seus inimigos teriam sido capazes de desacreditá-lo publicamente
(Ne 6.10 e ss.).
Por fim, o verdadeiro templo e trono de Deus estão nos céus (Sl 11.4; Mq 1.2; Hc 2.20;
Jn 2.4[5], 7[8]). Na visão de Isaías (Is 6.1 e ss.). o santuário celestial não contém
separação entre o local do trono de Deus (arca, o Santo dos Santos) e o altar sobre o qual
se acham as brasas 'o lugar santo). Isto revela o estado perfeito em que não há outro
mediador senão o próprio Deus.
Um ponto de vista diferente pode encontrar-se em SCHUNCK, K. D., Zentralheiligtum,
Grenzheiligtum, und Hõhenheiligtum in Israel, Numen, 18:132-40.
B i b l i o g r a f i a : K a p e l r u d , Arvid S., Temple building, a task for gods and kings, Or,
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palaces, B A , 36:78-106. — W r i g h t , G. R.,Shechem and the league shrines, VT, 21:572-603.
— W RIGHT, G. E., Solomon’s temple resurrected. B A . 4:17-30. — _________, Thp
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