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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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866 (ydkõl)<br />

yakol é traduzido na LXX na maioria das vezes por dunamai, “consigo, sou capaz”,<br />

que é em pregado num sentido b astante diluído, em contraste com iachuú, “ser furte,<br />

poderoso”. Usa-se yãkõl para designar a habilidade ou capacidade num sentido físico,<br />

ético ou religioso. A partícula negativa é empregada em cerca de 85 por cento das 199<br />

vezes em que a palavra ocorre no AT. Enquanto a palavra hebraica expressa uma tênue<br />

habilidade, o aramaico yekã parece exprimir um poder bem maior.<br />

O sentido básico de “ser capaz” é usado basicamente para referir-se ao homem. Indica<br />

(com a partícula negativa) a falta de autocontrole, como quando José não conseguiu se<br />

conter (Gn 45.1; cf v. 3), ou entâo a incapacidade de controlar as circunstâncias, como<br />

quando a mãe de Moisés não conseguia mais ocultá-lo (Êx 2.3; veja também Gn 13.6; Êx<br />

7.21). O verbo também foi usado para referir-se à incapacidade de os magos imitarem os<br />

milagres de Moisés (Êx 9.11) e de as tribos de Israel expulsarem o inimigo para fora de<br />

seu território recém-herdado (e.g., Js 15.63; 17.12; Jz 2.14; cf. também L)t 31.2; ls 36.14;<br />

Lm 1.14).<br />

No sentido moral ou religioso, existe a imposição de limites, freqüentemente<br />

traduzida por “não poderás” (IBB), como em Deuteronômio 17.15, “Não poderás pôr sobre<br />

ti um estrangeiro [como reil” (cf. também Dt 7.22; 12.17; 16.5; 21.16, etc., todos no<br />

imperfeito do qal). Talvez o exemplo mais marcante de um mandamento divino a limitar<br />

o poder humano seja a afirmação de Balaão: “Ainda que Balaque me desse a sua casa<br />

cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do SEN H O R” (Nm 22.18;<br />

24.13).<br />

No entanto, yãkõl é acertadamente traduzido por “prevalecer, vencer”, quando usado<br />

para referir-se a homens em luta ou em combate. Um exemplo destacado seria a luta de<br />

Jacó com o Anjo de Yahweh (Gn 32.25 ss.). O Anjo não vence Jacó, e então o nome de Jacó<br />

é mudado para “Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e<br />

prevaleces te". Em 1 Samuel 17.9, Golias apresenta alternativas ao exército de Saul: “Se<br />

ele puder pelejar comigo e me ferir, seremos vossos servos; porém se eu o vencer, e o ferir,<br />

então sereis nossos servos, e nos servireis”.<br />

Usa-se também yãkõl com referência aos deuses. Em 2 Crônicas 32.13-15, Senaqueribe<br />

faz pouco caso e ri da incapacidade dos vários deuses das nações de protegê-las<br />

do seu poderoso exército. Mas colocar o Deus de Israel no mesmo nível das divindades de<br />

da nação é a causa da queda de Senaqueribe (cf v. 19), pois Yahweh dos exércitos, o<br />

us soberano do universo, é, na realidade, capaz de livrar das mãos de Senaqueribe o<br />

vo da sua aliança. Ele é o Deus da história, criador e sustentador do mundo, e seu<br />

er e vontade afetam o destino de nações e indivíduos. Esse poder de Deus é<br />

nhecido por Moisés quando ele intercede pelos israelitas, que merecem ser destruídos,<br />

s isso levaria as nações da terra a dizer que, “não podendo o S E N H O R fazer entrar este<br />

o na terra que lhe prometeu com juramento, os matou no deserto” (Nm 14.16; Dt 9.28).<br />

s é justamente “com a tua grande força (bekõhãkã haggãdõl) e com o teu braço<br />

ndido” (Dt 9.29) que Yahweh demonstra o grande poder que tem para livrar e redimir<br />

povo.<br />

O poder soberano de Deus é, claramente, para onde converge a idéia do cognato<br />

aicoyekã no livro de Daniel. Em Daniel 3.17 s. os três amigos de Daniel fazem uma<br />

üente confissão de fé: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, pode nos livrar da<br />

ha de, fogo ardente” (IBB; cf 3.29, a declaração em que Nabucodonosor faz um<br />

iste entre o poder de Deus e o de deuses pagãos). Nabucodonosor, por sua<br />

ência pessoal, afirma o poder soberano que Deus tem de controlar o destino dos<br />

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