DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

700 n on (hãsâ)
Term os Derivados
700a mOH (hãsút) r e fú g io , a b r ig o , só em Isaías 30.3.
700b n p n o (m ahseh) r e fú g io , a b rig o.
A raiz deve, provavelmente, ser distinguida de bãtah, “depender de”, “refugiar-se
em ”, por denotar uma ação mais repentina. A etim ologia é duvidosa. Com os seus
derivados, a raiz é usada 56 vezes, predom inantemente nos salm os e em literatura poética
e hínica sem elhante.
Embora em pregada literalmente para o ato de abrigar-se de uma tem pestade (Is 4.6;
25.4; Jó 24.8) ou de ir para os montes em situação de perigo (Sl 104.18), a palavra, com
m aior freqüência, designa figuradamente a ação de procurar refugio e, conseqüentem ente,
pôr sua confiança seja em algum deus (Dt 32.37), seja na “som bra” de qualquer potência
im portante, tal com o o Egito (Is 30.2; c f o espinheiro na parábola de Jz 9.15).
Essa idéia de refugiar-se pode muito bem ter origem na experiência com um das
pessoas em situação de guerra, sejam refugiados, sejam com batentes, para quem os
montes adjacentes significavam um imediato ponto elevado e seguro, ou rocha firme, para
os quais o defensor desamparado podia correr em busca de proteção. Dessa maneira o
substantivo m ahseh, “lugar de refúgio”, é usado com o sinônim o de m ã‘ô z, “fortaleza”,
m isgãb, “alto refúgio”, ou m ánôs, “lugar de escape”.
Com o acontece com os termos paralelos “rocha” (tsúr, Sl 62.7), “a rocha do meu
refúgio” (IBB, tsúr m ahsi, Sl 94.22), “meu escudo” (mãgên, Sl 144.2; Pv 30.5) ou “asas”,
palavra que denota proteção (Rt 2.12; Sl 17.8; 36.7[8]), o “Refúgio” é usado como um título
de Deus. Ele é, acima de tudo, o Refúgio (m ahseh, Sl 14.6; 46.1(2]; 62.8; 91.9), o Abrigo
(SI 61.3[4], BJ), o “forte refúgio” (Sl 71.7) e Fortaleza (IBB, Sl 91.2). Deus é sem pre o único
refúgio para seu povo. A confiança nele (piedade) protege o indivíduo devido à
solidariedade que ela cria (Pv 14.26; Jo 4.10). O grau qal de hãsâ é basicam ente usado
para designar o hom em que confia em Deus com o seu Rochedo (2 Sm 22.3), Força (BJ, Sl
18.2[3]) e Fortaleza (NEB, “refúgio seguro”, Na 1.7). É sem pre m elhor confiar em Deus do
que confiar (bãtah) em príncipes (Sl 118.8, 9). Ele age com o o escudo ou proteção
(m ãgên) de todos os que se refugiam nele (2 Sm 22.31; Sl 18.30Í31]).
A analogia de refugiar-se em Deus pode, às vezes, referir-se ao tem plo de Deus em
Jerusalém , onde os aflitos de seu povo sempre podiam encontrar refúgio (Is 14.32; c f Sl
61.4). Esse foi um desdobram ento do antigo costume pelo qual o crim inoso fugitivo podia
pegar as pontas do altar e, assim, achar-se a salvo de vingança (1 Rs 1.50). A
interpretação de Provérbios 14.32 (“mas o justo até na sua morte acha refúgio”, IBB) é
difícil, mas o texto deve provavelmente ser em endado de b'm ôtô (“na sua m orte”) para
brtum mò (invertendo o “m” e o “t”), para ler-se “busca refúgio em sua integridade” (assim
traduz a LXX), em contraste com o ím pio, que se afasta cada vez mais com sua impiedade.
“Buscar refúgio” ressalta a insegurança e a insuficiência até mesmo dos homens mais
poderosos. Ela enfatiza o aspecto defensivo ou externo da salvação em Deus, o imutável
em quem “encontram os abrigo” (c f KlDNER, F. D., The Psalm s, 1973, ad loc; Sl 46.1). Davi
pôde ver a caverna para onde fugiu com o fortaleza, enquanto outros a veriam com o
armadilha.
O resultado de refugiar-se em Deus é ser “bem -aventurado” (Sl 2.12) e experim entar
Deus como “Salvador” (Sl 17.7). Tal pessoa deve regozijar-se (Sl 5.11 [12]), encontrar
504