DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

867 -T*r (yãlad)
y e l e d . Criança, adulto jovem, filho, menino, fruto, y a l d â . Menina, donzela. Essas
palavras em geral designam crianças bem novas, mas podem referir-se a adolescentes e,
às vezes, até mesmo a adultos jovens (e.g., 1 Rs 12.8-14; 2 Rs 2.24; 2 Cr 10.8-14). Em uma
oportunidade yeled refere-se a um feto (Êx 21.22). Em Jó 38.41; 39.3 e Isaías 11.7.
emprega-se o plural para indicar os filhotes de animais. Em um caso a palavra é u s a d a
para indicar descendentes (Is 29.23). É usada num sentido figurado para representar os
israelitas como “filhos da transgressão” (Is 57.4) ou “filho das delícias” (Jr 31.20).
y ã l i d . Nascido, crianças, filhos. Este substantivo, que só é encontrado no e s t a d o
construto. possui o mesmo significado do particípio passivo de yãlad. É em g e r a l
empregado para indicar as crianças filhas de escravos iá possuídos por um israelita (s e te
ocorrências). E também usado três vezes para referir-se aos filhos de Anaque e duas veze.~
para indicar os ‘‘filhos do gigante” (IBB; 2 Sm 21.16, 18). Willesen tenta provar que a
palavra sempre se refere a escravos, pois ele acha que seria demasiadamente vasto o
campo semântico da palavra caso se referisse tanto a nobres quanto a escravos. Com
dados tào tênues, a argumentação não possui uma base sólida. Observe-se a amplidão de
sentidos de palavras como pequddâ e miqpãd.
m ôledet. Parente consangüíneo, nascimento, nascido, gerado, nativo. Este
substantivo deveria ser basicamente interpretado como “parente” ou “parente consangüíneo”
(ocasionalmente referindo-se a um indivíduo, mas em geral usado como coletivo)
E possível interpretar todas as suas ocorrências em função deste sentido, embora em uns
poucos casos talvez uma explicação se faça necessária (veja abaixo).
Sugeriu-se que môledet deve significar “local de nascimento”, visto que o prefixo m-
às vezes é empregado para formar substantivos indicativos de lugar. Entretanto, esse
prefixo também forma substantivos de outros tipos, que nada têm que ver com lugar. Com
freqüência môledet tem um sentido genérico (seis vezes seguindo-se o construto de “terra”
e cinco vezes em paralelo com “terra” ou “país”). Muitas vezes “parente consangüíneo” ou
“local de nascimento” encaixar-se-iam igualmente bem. Mas existem uns poucos contextos
em que môledet possivelmente não poderia significar “local de nascimento”. Em Gênesis
48 6, onde o substantivo aponta para a posteridade de José, “parentes” ficaria bem, mas
“nascimento” ou “local de nascimento” deixaria o texto totalmente sem sentido. Em Ester
8.6, e provavelmente também em Ester 2.10 e 2.20, “parente consangüíneo” ajusta-se ao
contexto, mas “nascimento” ou “local de nascimento” não. Em Ezequiel 16.3-4 parece que
a palavra refere-se mais a pessoas do que a local. Em Ezequiel 16.4 a tradução
nascimento” simplesmente repetiria a idéia expressa nas palavras seguintes, ao passo
que “parente consangüíneo” apontaria para a indiferença dos parentes. Em Gênesis 43.7,
“parente consangüíneo” encaixa-se muito melhor do que “nascimento” ou “local de
nascimento”.
Caso o vocábulo fosse interpretado como “local de nascimento” em Gênesis 24.4,
contradiria a afirmação de Gênesis 11.28-31 de que Abrão veio originalmente dc Ur dos
Caldeus. Pressupor tal contradição é totalmente desnecessário, visto que o significado
“parente consangüíneo'' se aplicaria tão bem como nos demais casos, e muitos dos
parentes de Abrão tinham-se mudado para Harã.
Poder-se-ia pressupor uma dificuldade em Levítico 18.9, 11. Contudo, ao que parece,
nesses dois versículos o relacionamento, e não o nascimento em si, é o que de fato
importa.
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