DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1644 pÕX? C ãm õq)
O verbo ‘ãm õq pode ser comparado com o sinônimo shãqã,y “afundar”, e os
substantivos m 'tsôlá, “profundeza”, “profundidade”, tsülây“abismo”, e fh ô m , “profundeza”.
É cognato do árabe *am uqa, “ser profundo”, do acadiano em êqu, “ser (profundamente)
sábio” (cf. em ãqu, “poder”, “capacidade”), e do ugarítico ‘mq II, “forte” (veja-se UT 19: n?
1 8 7 4 ).
O verbo ‘ãm õq é encontrado no grau qal numa exclamação em que o salmista exulta
em louvor descritivo: “Quão grandes, SENHOR, são as tuas obras! Os teus pensamentos,
que profundos!v (Sl 92.5 [6]). Nos outros oito usos do verbo, *ãm õq encontra-se no hifil,
“aprofundar”.
Na profecia de Emanuel, lavé fala a Acaz por intermédio de Isaías, desafiando-o a
pedir um sinal que seja uma espécie de garantia de que se cumprirão as suas palavras
acerca de Rezim e Peca, aqueles “dois tocos de tições fumegantes” (Is 7 .4 ). Deus lança o
desafio verbal para que Acaz faça um pedido, “seja do fundo da habitação dos mortos, seja
lá do alto” (MM, Is 7 .1 1 ). (Essa interpretação pressupõe que she’ãlâ seja entendido como
Sheol com um h ê locativo. A interpretação alternativa é “faze teu pedido ‘com
intensidade’ ou faze-o lá em cima”. Assim entende E. J. YOUNG, The book o f Isaiah,
Eerdmans, 1 965, v. 1, p. 2 7 7-8 . C f também ARA e IBB. Young interpreta she’ãlà como um
imperativo paragógico precedido de um infinitivo do hifil usado adverbialmente.) Acaz,
com piedade fingida, objeta. Os exemplos restantes de ‘ãm õq aparecem em contextos de
julgamento. Isaías 2 9 .1 5 diz “ai dos que escondem profundamente o seu propósito do
SENHOR, e as suas próprias obras fazem às escuras”, como se Deus não visse nem
soubesse! (Cf. Is 3 0 .3 3 , que fala de “Tofete” [ARC, tõpety q.v.; a r a, “fogueira"],
transformada numa pira funerária profunda para o rei da Assíria; 3 1 .6 , que fala de Israel,
que “fez profunda revolta” [lit.].) Jeremias adverte seus ouvintes a fugir e se abrigar do
juízo, “ide ao fundo para habitardes” (lit.; ARA, “retirai-vos para as cavernas**: Jr 49.8.
referindo-se a Dedã; 4 9 .3 0 , a Hazor). Oséias 5 .2 é de difícil tradução, mas a idéia geral
é, provavelmente, “os revoltosos ‘se aprofundaram’ na depravação” ( c f TB, mas vejam-se
os comentários; cf. 9 .9).
‘èm eq. V a le. Um substantivo comum no AT, cognato do ugarítico ‘mq I.
O substantivo ‘êm eq, “vale” (ugarítico ‘mq I), é usado 70 vezes no AT, em geral em
designações geográficas específicas, tais como “o vale de Sidim” (Gn 14.3). Em Números
14.25 Israel, em seu pecado e rebeldia, é lembrado de que naquela época os amalequitas
e os cananeus estavam morando nos vales (onde desfrutavam o fruto da terra ). A
agricultura era desenvolvida nos vales de Canaã (e.g., 1 Sm 6.13; Jr 49.4: Sl 65.13 [14] >,
pois nas colinas a erosão era maior. Também nos vales os carros podiam ser usados com
maior vantagem (veja-se Js 17.16). Na série de guerras entre Israel e a Síria, nos dias de
Acabe, os conselheiros sírios erraram gravemente ao supor que lavé era um deus apenas
das montanhas e impotente nas planícies e nos vales (1 Rs 20.22-30 •. Vales aparecem nas
descrições do juízo divino em escritos proféticos. Miquéias 1.4 fala de montanhas que se
derretem debaixo de Deus e de que “os vales se fendem; são como a cera diante do fogo,
como as águas que se precipitam num abismo”.
‘ám êq. P r o fu n d o , e s tr a n h o . Empregado com referência à fala, a melhor tradução desta
palavra é “ininteligível”, “obscuro”, “estranho” (Is 33.19: Ez 3.5-6). Compare-se com o
tô êz, “língua estranha”, do povo egípcio, em Salmos 114.1.
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