DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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sabedoria para orientar o homem de modo que este possa viver a melhor vida moral e
ética possível (Pv 2.6; Jó 11.6).
De maneira típica da literatura proverbial, a Bíblia personifica a sabedoria divina,
mas fica aquém de dar-lhe existência independente. Esta sabedoria foi estabelecida antes
de todas as coisas (Pv 8.22-31). Ela construiu uma casa e preparou um banquete para
quem se dispuser a escutá-la (Pv 9.1 e ss.). Ela chega a ensinar nos logradouros públicos
(Pv 1.20; 8.1, 6,11, 12). Por meio de sua instrução seus alunos recebem um espírito divino
(Pv 1.23), os ingênuos tornam-se sábios, líderes políticos tornam-se sábios e os que
recebem de sua riqueza são coroados com honra e bens (Pv 8.1-21).
Esta personificação da sabedoria é peculiar. Embora houvesse no antigo Oriente
Médio deuses e deusas considerados possuidores do dom da sabedoria, é improvável que
qualquer deles tenha existido com o nome de “Sabedoria”. A figura da sabedoria no AT
jamais veio a ser considerada uma divindade independente do Senhor, embora expressões
que aparentemente sugiram isso achem-se em Provérbios 8. Tais expressões
freqüentemente foram consideradas preflgurações de Cristo. A sabedoria atingiu certo
grau de personificação, com características que não eram, de modo algum, abstratas. A
sabedoria não deveria ser considerada Deus, mas pertencente a Deus; é um de seus
atributos. A sabedoria tem uma existência pessoal na palavra viva do N T. mas não é, em
si mesma, o Logos (D E LIT ZSC H , Proverbs. p. 183). O fato de a sabedoria ser personificada
como mulher em Provérbios 1— 9 deve-se parcialmente ao gênero feminino do substantivo.
Nessa divisão do livro a Dama Sabedoria é contrastada com a Mulher Loucura, que é a
personificação do pecado. Observe-se o estudado contraste entre Provérbios 9.4-6 e 9.16-
18. Tal personificação da sabedoria não é encontrada fora desses capítulos.
Para o homem, a sabedoria não significa apenas ser humanamente sábio, mas
também temer ao Senhor, pois este é o princípio de toda a sabedoria (Jó 28.28). Para o
homem, a verdadeira sabedoria envolve conhecer o Santo. Assim, os homens devem ouvir
a sabedoria de Deus com ouvidos atentos (Pv 2.2). Na verdade, a felicidade interior só
acontece quando o homem alcança esta sabedoria (Pv 3.13) por meio de uma busca
intensa (Pv 2.4), que é, de fato, a busca pelo próprio Deus (Pv 2.5). Os céticos jamais
encontrarão esta sabedoria e jamais conhecerão o pleno significado da vida (Pv 14.6 e s.).
No grande poema de Jó 28, a sabedoria (neste sentido bíblico especial) é praticamente
definida como confiança em Deus e afastamento do pecado. (C f a ênfase em hokmâ como
referência à sabedoria moral em contraste com a insensatez pecaminosa, em HARRIS, R.
L.. Proverbs, WBC, p. 553-4.)
hãkãm. S á b io ; a stu to. Reflete os usos de hokmâ ao descrever o homem sábio. Ele é
perito em vários tipos de trabalhos técnicos, e.g., como artesão (do tabernáculo e da
mobília do templo, Êx 35.10) e como ourives (Jr 10.9). O homem sábio sabe administrar
as questões de estado (1 Rs 5.21) e é também astuto, e.g., a mulher de Tecoa, que soube
lidar com uma questão delicada diante de Davi (2 Sm 14.2). O plural da palavra indica
os eruditos e estudiosos, astrólogos e magos de muitas nações: Egito (Gn 41.8), Babilônia
d s 44.28), Pérsia (Et 6.13). A prudência também descreve a atitude dos sábios em relação
mas reis (Pv 16.14), a sua prudência em se conformar à palavra de Deus (Dt 4.6); a
Hisensatez descreve a falta de sabedoria de quem dá de ombros com a vontade de Deus
13.13).
Os sábios constituíam uma terceira classe ou ofício em Israel, usando a sabedoria em
onia com o desempenho dos outros dois ofícios (Jr 18.18). Assim, o sábio dava
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