DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2472 *Vntò (shárat)
0 fenício emprega o verbo com o mesmo sentido, shãrat se distingue do verbo mais
comum 'ã b a d (q.v.) pelo fato de que s h r t geralmente designa uma categoria superior de
serviço, ao passo que *ã b a d freqüentemente se refere a trabalho servil.
O emprego de s h ã r a t se enquadra em duas categorias naturais: 1) o serviço pessoal
prestado a uma personagem importante, em geral um governante; e 2) o ministério da
adoração por parte daqueles que têm um relacionamento especial com Deus, como os
sacerdotes.
A posição elevada que esse verbo atribui ao servo e o relacionamento especial que ele
desfruta com o seu senhor são vistos em Gênesis 39.4. Aí José foi encarregado de
administrar todos os bens de Potifar, e nos versículos 8 e 9 José pôde dizer que Potifar
não se preocupava com nada na casa. Ele deixou tudo aos cuidados de José, nada lhe
sendo vedado senão a esposa de Potifar. Em 2 Crônicas 22.8 os sobrinhos do rei Acazias
servem de ministros (m es h a r * t i m ) de Acazias. Obviamente esses homens não
desempenhariam trabalhos servis. Em Ester 2.2 os que serviam ao rei tinham um
relacionamento bastante chegado a ponto de o rei os ouvir e de eles serem capazes de
apresentar sugestões que o rei acatava. O servo pessoal de Eliseu foi chamado m rs h ã r é t
(2 Rs 4.43; 6.15). O próprio Eliseu, quando inicialmente chamado a ser profeta, manteve
esse tipo de relacionamento com Elias (1 Rs 19.21). Josué foi o principal assistente de
Moisés (Ex 24.13; 33.11; Js 1.1). Posteriormente, tal como aconteceu com Eliseu, ele
sucedeu a seu antigo senhor.
A segunda categoria envolve principalmente os levitas e sacerdotes que serviam no
tabernáculo e, mais tarde, no templo (em uma passagem específica, Sl 103.21, os exércitos
angelicais são assim denominados). Em várias passagens o serviço que prestam está
especificamente relacionado com o santuário. É assim que Êxodo 28.35 fala do ministério
de Arão no lugar santo, e o versículo 43 se refere aos filhos de Arão em seu trabalho de
ministrar no altar (cf. J1 1.13). Os levitas também foram designados dessa maneira. 1
Crônicas 6.17; 16.4, 37, fala do ministério deles de cantar, adorar e louvar. Samuel, em
1 Samuel 2.11, 18; 3.1, serve no tabernáculo como ajudante de Eli.
A posição especial do sacerdote não se limitava meramente ao ritual ou à cerimônia.
A ele cabia a responsabilidade solene de representar o povo diante de Deus, e era por
meio de seu ministério que Israel tinha acesso a Deus. Ele também se colocava diante do
povo como representante oficial de Deus. Nessa condição os sacerdotes resolviam
pendências entre indivíduos (Dt 2.15), e em Deuteronomio 17.12 Deus determina que toda
pessoa que se recusar a ouvir o sacerdote, que é servo de Deus, será morta.
Salmos 101.6 é um lembrete importante àqueles que desejam habitar na presença
de Deus: devem andar sem culpa alguma diante dele. Obviamente isso vai bem além da
mera pureza ritual. No fim, toda a nação de Israel, e não apenas uma tribo, servirá a
Deus como sacerdotes dele (Is 61.6), dessa maneira cumprindo o chamado divino para que
fossem um “reino de sacerdotes” (Êx 19.6). Além disso, Isaías 56.6-9 antecipa a adição até
mesmo dos gentios a essa classe privilegiada. Deve-se assinalar que eles se reconhecem
como servos C e b e d ) humildes, mas que amam o nome do Senhor e ministrarão a ele.
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H.J.A.
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