30.03.2017 Views

DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2539 n c n (tõpet)<br />

mãqôm, “lugar”, é muitas vezes usada como termo técnico com o sentido de “altar” (BDB),<br />

é provável que se deva traduzir “o lugar de Tofete” (Jr 19.13) por “o santuário (pagão) de<br />

Tofete”. O lugar em si era provavelmente um buraco largo e profundo que tinha uma<br />

fogueira de lenha em brasa (Is 30.33), na qual as pobres crianças eram lançadas. A partir<br />

da forma abreviada gê hinnõm, “vale de Hinom” (vejam-se especialmente Js 15.8; 18.16),<br />

um local tão infame que também podia ser chamado simplesmente de “o vale” (Jr 2.23),<br />

surgiu a palavra grega geenna, “Geena” (TB; ARA, “inferno”; para uma análise completa,<br />

veja-se TDNT, v. 1, p. 657 e s.), a palavra usada no NT para descrever o local do castigo<br />

eterno e ardente para todos aqueles que morrerem sem ter manifestado a fé em Cristo.<br />

A origem do vocábulo “Tofete” é obscura (acerca de várias teorias, vejam-se W.<br />

Robertson SMITH, Lectures on the religion of the Semites, ed. rev., p. 377, nota 2; W. F.<br />

ALBRIGHT, Yahweh and the gods of Canaan, p. 275). A própria palavra é usada como<br />

substantivo comum com o sentido de “local de sacrifício de crianças” (cf. ALBRIGHT, op. cit.,<br />

p. 237 e s.; A. Menen, Cities in the sand, p. 56-63). Sua vocalização pode ser original<br />

(observe-se a forma alternativa topteh), embora a maioria dos comentaristas pressuponha<br />

que algum escriba intencionalmente alterou a vocalização para ficar igual à de bõshet,<br />

“vergonha”.<br />

Entre os antigos israelitas o sacrifício de crianças, embora presumivelmente pouco<br />

freqüente, ainda assim era suficientemente comum a ponto de exigir sua total proibição<br />

nas leis mosaicas (Lv 18.21; Dt 18.10). A despeito das severas advertências do Senhor,<br />

tanto Acaz (2 Cr 28.3) quanto Manassés (2 Rs 21.6) queimaram os seus filhos como<br />

ofertas. Tais holocaustos eram geralmente oferecidos “a Moloque” (e.g., 2 Rs 23.10), o que<br />

pode ter o significado de “a (o deus amonita) Milcom/Moloque” (veja-se 1 Rs 11.5, 7) ou<br />

de “como sacrifício” (veja-se o oportuno estudo de ALBRIGHT, op. cit., p. 236); de uma forma<br />

ou de outra, “Moloque” pode ser mais um outro exemplo de alteração deliberada, feita por<br />

um escriba, para acompanhar a vocalização de bõshet.<br />

É bem compreensível que Jeremias tenha atacado a prática abominável de sacrifício<br />

de crianças em Tofete, no vale de Hinom, e tenha predito juízo divino contra aqueles<br />

envolvidos em tal ofensa (Jr 7.31-34; 19.1-15). O bom rei Josias, contemporâneo de<br />

Jeremias, profanou Tofete de modo que ninguém mais pôde praticar o ritual ali (2 Rs<br />

23.10).<br />

DeVaux coletou dados acerca de sacrifício de crianças (a/, p. 441-6) e chegou à<br />

conclusão de que isso teve origem na cultura cananéia, foi largamente praticado em<br />

Cartago e “chegou a Israel, vindo da Fenícia, durante épocas de sincretismo religioso” (p.<br />

446). Obviamente não era um sacrifício costumeiro, sendo reservado, mesmo em Cartago,<br />

para épocas de emergência nacional. Albright (op. cit.) assinala que a prática era<br />

disseminada nas colônias fenícias, mas pouco comum na própria Fenícia, e atribui isso à<br />

influência salutar da religião de Israel.<br />

R.F.Y.<br />

(tõpet). Veja os n~ 2 499a, 2 539.<br />

mpn (tiqwâ). Veja os n?* 1 994d, e.<br />

nttipn (t‘qümá). Veja o n°. 1 999g.<br />

JJipn (■tãqôa0. Veja o n! 2 541b.<br />

(fqüpâ). Veja o n? 2 001a.<br />

rj'pn (taqqip). Veja o n? 2 542b.<br />

1657

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!