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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1024 "123 (kapar)<br />

k õ p e r . R esg a te. Cada israelita devia dar para o serviço do santuário meio siclo co<br />

dinheiro de “resgate” (Êx 30.12). O Egito, aos olhos de Deus, foi dado com o “resgate”<br />

a restauração de Israel (Is 43.3). Esta palavra “resgate” é paralela a “remir” (pãdâ, q.v.<br />

em Salmos 49.7. Há uma advertência de que a pessoa culpada de hom icídio deve r :<br />

morta — não se deve apresentar “resgate” em favor dela (Nm 35.31). Também se usa a<br />

palavra com o sentido negativo de “suborno”, que obtém favores de forma ilícita (1 Sm<br />

12.3).<br />

A partir do sentido de kõper, “resgate”, pode-se entender m elhor o significado de<br />

kãpar. Significa “expiar mediante o oferecim ento de um substituto”. A grande m aioria dos<br />

usos diz respeito ao ritual realizado pelos sacerdotes de aspergir o sangue sacrificial,<br />

assim “fazendo expiação” pelo adorador. Existem 49 casos de tal uso apenas em Levítico,<br />

e nesse livro não há confirmação do uso da palavra com qualquer outro sentido. O verbo<br />

é sem pre empregado com relação à remoção do pecado ou contam inação, com exceção de<br />

Gênesis 32.20, Provérbios 16.14 e Isaías 28.18, onde se pode observar o sentido correlato<br />

de “apaziguar com um presente”. Parece claro que esse vocábulo ilustra com grande<br />

propriedade a teologia da reconciliação no at. Requeria-se a vida do animal sacrificado,<br />

sim bolizada especificam ente pelo seu sangue, em troca da vida do adorador. O sacrifício<br />

de animais na teologia do AT não era uma mera expressão de gratidão à divindade por<br />

parte de um povo criador de gado. Era a expressão simbólica da vida inocente dada em<br />

lugar da vida culpada. Esse simbolismo fica ainda mais claro com o gesto em que o<br />

adorador colocava as mãos sobre a cabeça do animal a ser sacrificado e confessava seus<br />

pecados sobre aquele animal (cf Lv 16.21; 1.4; 4.4 etc.) o qual era sacrificado ou então<br />

enviado para longe como bode expiatório.<br />

k ip p u r . E x p ia çã o . Este substantivo deriva do verbo tal qual usado no grau intensivo.<br />

Hoje se usa no nome do feriado judaico de yom kippur, “dia da expiação” (usado som ente<br />

no plural no AT), que era o décimo dia do sétim o mês, o mês de tisri. Esse dia solene era<br />

o único dia de jejum determinado para Israel. Era celebrado com uma oferta especial pelo<br />

pecado a favor de toda a nação. Somente naquele dia o sumo sacerdote entrava no lugar<br />

santíssim o e levava o sangue da oferta pelo pecado (cf. Hb 9.7). Um segundo bode era<br />

solto com o bode expiatório, simbolizando a elim inação completa do pecado (veja ‘ãzã’zêl,<br />

“bode expiatório”).<br />

k a p p õ r e t. P ro p ic ia tó r io . Este substantivo é empregado 27 vezes e sem pre se refere à<br />

tam pa de ouro da arca sagrada, que ficava no santuário interno do tabernáculo ou do<br />

templo. Deus prometeu que, de cim a do propiciatório, se encontraria com os homens (Nm<br />

7.89). Era o local onde Deus se tornaria “propício” ou “favorável” aos homens. O vocábulo<br />

deriva da raiz “expiar”. O equivalente grego na LXX é geralmente hilostêrion, “local ou<br />

objeto de propiciação”, palavra aplicada a Cristo em Romanos 3.25. Era nessa tam pa da<br />

arca que o sangue era aspergido no dia da expiação.<br />

R.L.H.<br />

1024 "!23 {kãpar) / / , r e v e s tir d e betu m e. Este verbo denominativo é usado apenas<br />

em Gênesis 6.14, em que indica a impermeabilização da arca. O respectivo cognato<br />

é em pregado no relato babilônico do dilúvio.<br />

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