DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

619 rnn (hãwâ)
de Deus (1 Sm 2.36), a “prostrar-se” (BJ), “inclinar-se” (ARA, ARC), “curvar-se” (BLH) diante
do sacerdote a ser indicado por Deus, i.e., viver na mendicância. No episódio de En-Dor,
Saul reconheceu a aparição de Samuel e se prostrou (1 Sm 28.14, ARA).
Foi em desafio aberto à etiqueta palaciana da Pérsia que Mordecai se recusou a
prostrar-se perante Hamã (Et 3.2, 5; cf. Heródoto 1.134; 3.86; 8.118). O Targum e o
Midrash explicam a recusa de Mordecai com base na presença de um suposto ídolo no
manto de Hamã. Mordecai pode ter-se horrorizado com a idéia de curvar-se perante um
amalequita ou agagita (Et 3.1; c f 1 Sm 15.32, 33).
O verbo é usado em 1 Crônicas 29.20 em conjunto com duas expressões, “prostraramse
perante o SEXHOR e perante o rei” (ARC). A ARA, como a RSV inglesa, supre outro verbo
para fazer a distinção, “adoraram o Senhor e se prostraram perante o rei”. Assim, os
egípcios se curvariam perante Moisés, pedindo-lhe que os israelitas saíssem, e reis e
princesas se prostrarão perante a Sião redimida (Ex 11.18; Is 45.14; 49.23).
O verbo é usado menos freqüentemente para a adoração prestada ao Senhor por um
indivíduo. A caminho de sacrificar Isaque, Abraão afirma que vai adorar (Gn 22.5).
Perturbado, Saul pede perdão para que possa adorar (1 Sm 15.25, 30, 31). E usado com
mais freqüência para atos específicos de adoração, e.g., o servo de Abraão que inclinou sua
cabeça e adorou (Gn 24.26, 48), e de Gideão (Jz 7.15) ao receber a graça de Deus. Tal ato
freqüentemente envolvia uma prostração “até o solo”, como no caso do servo de Abraão
(Gn 24.52), Moisés (Êx 34.8), Josué (Js 5.14) e Jó (Jó 1.20).
Em Êxodo há três casos de adoração comunitária espontânea: quando o povo ouviu
que Deus havia falado a Moisés (Ex 4.31), quando receberam a instrução sobre a Páscoa
(Êx 12.27) e quando viram a coluna de nuvem (Êx 33.10). Em 2 Crônicas 20.18, Josafá
e o povo “se prostraram perante o Senhor e o adoraram” ao ouvirem sua promessa de
vitória.
Ordens ou convites à adoração são apresentados a Moisés, a Arão e aos anciãos em
Êxodo 24.1, “sobe (...1 e adorai de longe”, e na ocasião das primícias, “então as porás
perante o SENHOR, teu Deus, e te prostrarás perante ele” (Dt 26.10; a não ser quando
indicadas especificamente, todas as outras citações deste artigo serão da ARA). O salmista
exorta: “vinde, adoremos e prostremo-nos, ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou"
SI 95.6).
Depois da morte do filho de Bate-Seba, Davi entrou na sua tenda para adorar (2 Sm
12.20). Seu filho Salomão completou o templo (2 Cr 7.3), que se tornou o foco da adoração
organizada. Embora houvesse santuários rivais, como confirmou a arqueologia, Ezequias
insistiu em que a adoração fosse realizada apenas “perante este altar em Jerusalém" (2
Rs 18.22; Is 36.7; 2 Cr 32.12; c f 29.29, 30). O salmista declara: “... e me prostrarei diante
teu santo templo, no teu temor” (Sl 5.7[81; cf. 138.2). Jeremias falou para os que
ravam no templo sobre sua necessidade de arrependimento (Jr 7.2; 26.2). Como não
arrependessem, Nabucodonosor destruiu o templo, mas Ezequiel previu, numa visão,
nm novo templo em que o príncipe e seu povo adorariam (Ez 46.2, 3, 9).
Os salmos e os profetas antevêem o dia em que os gentios também adorarão. Os que
Kãn de adorar o Senhor incluem: “toda a terra” (Sl 66.4); “toda a carne” (Is 66.23); todas
as nações (Sl 22.27[28J); 72.11; Sf 2.11; Zc 14.16, 17); reis e príncipes (Is 49.7; cf. Sl
72.11); “todos os opulentos” (Sl 22.29[30]), que a BJ interpreta como “poderosos”.
Perante o Senhor, adoram não apenas os homens, mas também os b 'n è ’ê llm (Sl
2 9 .1? 2), “filhos de Deus” (ara), provavelmente uma referência aos anjos (BLH; cf. Sl
S9-6'7;. mas também Sl 96.7). Neemias 9.6 declara que o exército dos céus adora o Senhor
435