DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1230 (mâ‘al)
Em quase todas as referências bíblicas usa-se m ã ‘a l para designar a quebra ou a
violação de lei religiosa como um ato consciente de traição. A vítima de tal ato é Deus,
Conforme veremos adiante, uma frase quase estereotipada é m ã ‘a l m a ‘a l b ey h w h ,
“cometer ofensa contra o SEN H O R ” (Lv 6.2 [5.2 1 ); Nm 5.6; Js 22.31; 1 Cr 10.13; 2 Cr 12.2:
26.16; 28.19, 22; 3 0 .7). Uma forma variante, na primeira pessoa do singular, é m a ta i
m a ta i bi, “cometer infidelidade contra mim” (Lv 26.40; Ez 14.13; 20.27; 39.23, 26).
Existem uns poucos casos em que a raiz é usada em contextos em que Deus não é o
objeto da ação: 1) Provérbios 16.10, “(aoj julgar o rei, não transgrida
pois, a sua
boca”; 2) Jó, ao dirigir-se aos seus três consoladores: “como podeis me consolar se em suas
respostas há falsidade?” (21.34; P O P E , em AB, Job, “engano total”; BJ, “perfídia”; ARA,
“como, pois, me consolais em vão? Das vossas respostas só resta falsidade”); 3) Números
5.12, 27. São estes últimos versículos, no livro de Números, que oferecem as melhores
indicações quanto às nuanças da palavra m ã ‘a l. Números 5.12 diz literalmente: “se a
mulher de um homem se desviar [éã tâ J e cometer uma falta [mã‘a/] contra ele,...”. O
versículo 13 prossegue: “e um homem se deitar com ela”. É óbvio, então, que “cometer
uma falta” significa ser infiel, quebrar um contrato. A idéia geral é de abandono ou
infidelidade. Talvez a palavra “perfídia” seja, dentre todas, a que mais se aproxima do
sentido de m ã 4a l.
As vezes a raiz é aplicada a atos de prevaricação tanto de pessoas comuns, como no
caso de Acã (Js 7.1; 22.20; 1 Cr 2.7), quanto de reis (Saul: 1 Cr 10.13; Acaz: 2 Cr 28.19;
29.19; Uzias: 2 Cr 26.16, 18; Manassés: 2 Cr 33.19; Zedequias: Ez 18.24). Num maior
número de vezes a palavra reflete uma acusação contra a nação de Israel desde o tempo
no deserto (Nm 31.16; Dt 32.51) até os ministérios pós-exílicos de Esdras e Neemias (Ed
10.2, 10; Ne 1.8). É a causa do exílio de Judá (Ez 39.23; Dn 9.7). Em um caso específico,
um governante estrangeiro (Sisaque) entra em Jerusalém porque o povo de Israel “tinha
transgredido” (2 Cr 12.2). O vocábulo não descreve os pecados de incrédulos, mas de
crentes, povos da aliança, aqueles que “rompem a fé” com seu soberano. É nesse sentido
que Ezequiel 18.24 enuncia o princípio: “desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo
a iniqüidade [’ã w e l] ...; na sua transgressão com que transgrediu [ m a a l ] , e no seu pecado
que cometeu [ h ã t ã 1] , neles morrerá”.
Dentre as muitas palavras usadas no AT para “pecar”, mã‘aZ é usada um maior
número de vezes em frases paralelas a h ã tã ’ (q .v .), “pecar”, “errar o alvo”: Levítico 5.15,
21; Números 5.6; 2 Crônicas 33.19; Ezequiel 14.13; 18.24. A LX X utiliza várias palavras
para traduzir m ã ‘cil. E interessante que nessa versão a palavra usada com maior
proeminência em Ezequiel é p a r a p ip tõ , “transgredir”, ao passo que em Esdras e Neemias
a palavra é a su n th etô , “não cumprir (um contrato)”, “desviar”. Não existe um padrão
equivalente na tradução de Crônicas.
ma‘al. F a l t a . O substantivo é usado 29 vezes, das quais 20 casos são de cognato
acusativo do verbo m ã ‘a l. Desse modo encontramos a frase “se alguém cometer [m ã ‘al]
uma falta [raa'a/1”.
m c*iL M a n t o , c a p a , t ú n i c a . Este tipo de vestimenta talvez indique uma das roupas
sacerdotais que o sumo sacerdote vestia para cobrir a estola sacerdotal. Tal como num
poncho, havia um buraco no meio por onde passava a cabeça. Era também usado por
pessoas de reputação: Samuel (1 Sm 28.14, no sheol!); Saul (1 Sm 24.5); Davi (1 Cr 15.27);
864