DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

987 2^3 (kãlam )
de que a noiva estava reclusa.
Neste sentido, nove das referências têm que ver com comportamento sexual irregular
por parte da nora ou noiva. E proibido com toda severidade tudo aquilo que quebra a
santidade dos relacionamentos criados por Deus (Lv 18.15, etc.). Embora Judá e Tamar,
sendo mutuamente enganados, tenham entrado num relacionamento incestuoso, um crime
que segundo a lei de Moisés devia ser castigado com a morte (Lv 20.12), a graça de Deus
foi maior que o pecado deles de modo que Perez, o fruto daquela união, tornou-se parte
da linhagem real de Israel (Gn 38).
Em Rute encontram-se sete ocorrências em que, ao que parece, a ênfase recai sobre
o fato de que um relacionamento pode se tornar muito mais do que algo simplesmente
formal quando a providência de Deus opera nesse mesmo relacionamento (e.g., 4.15).
Seis vezes em dez versículos (4.8— 5.1) Cantares de Salomão se refere à amada como
noiva (e irmã). Parece que no contexto a idéia central é de que ela é um belo jardim
cercado, reservado exclusivamente para seu marido.
Jeremias e Isaías tratam da alegria da consumação da promessa de casamento.
Jeremias diz três vezes que, por causa do juízo, cenas festivas como as de casamento
desaparecerão (7.34; 16.9; 25.10). Mas essa não é a derradeira profecia. O profeta prediz
um dia quando tais alegrias serão restauradas (33.11).
Isaías vê Israel redimido como a noiva escolhida de Deus, receptiva apenas para ele,
adornando-se com jóias e um manto de justiça, preparando-se para a vinda dele (49.18;
61.10). Naquele dia, diz Isaías, Deus se alegrará com ela tal qual um noivo se alegra com
a sua noiva (62.5). E evidente que essa cena fornece o protótipo para a figura da Igreja
como a Noiva de Cristo, no NT (Ap 21.2).
k elü lâ . N o iv a d o , p r o m e s s a d e noiva d o. Ocorre uma vez, em Jeremias 2.2, onde Deus
recorda o amor que Israel professara por ele nos primeiros dias da aliança no deserto. O
compromisso de Israel de servir apenas a Deus é comparado ao juramento de uma jovem
de não conhecer nenhum outro homem como marido (cf. kallâ, “nora, noiva”).
J.N.O.
987 (kãlam) s e r (esta r) en v erg o n h a d o , co n fu n d id o , s e r cen su ra d o ,
m a g o a d o , ferid o , ru b o riza r.
Termos Derivados
987a MQ£73 (kelimmâ) co n fu sã o , d eso n ra , cen su ra , v erg o n h a .
987b (kelimmüt) verg on h a . Ocorre somente em Jeremias 23.40.
kãlam denota a sensação de profundo constrangimento que é fruto da humilhação
em público. Em 30 casos a raiz é empregada em paralelo com bôsh, “ser (estar)
envergonhado” (q.v.). Portanto, qualquer distinção entre os significados das duas raízes
é pequena. Todavia, quando kãlam aparece sozinho, com freqüência não tem a idéia de
cair em desgraça, o que é fruto de uma confiança não correspondida (um aspecto
proeminente em bôsh). A idéia é, sim, de um descrédito mais geral que resulta de
qualquer tipo de humilhação. O fato de que o cognato árabe significa “ferir” sugere a
idéia de um orgulho “ferido”.
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