DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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todas com alguma significação teológica. Essas conotações vão desde a idéia de
preparativos e instalação até a de fixidez e retidão.
1) Conforme assinalado acima e da maneira como é usada em hebraico, a palavra
raramente tem o mero significado de “trazer à existência”. De fato, tal uso é tão raro que
BDB e KB sugerem que o sentido da raiz é o de “estar firme” (KB também acrescenta o de
“estar direito”). Entretanto, encontramos indícios da etimologia original naquelas
ocorrências em que se diz que algo simplesmente foi formado ou feito (Jz 12.6; Jó 31.15;
Sl 119.73; Ez 16.7). Em nenhuma dessas passagens se tem em vista a idéia de fixidez ou
firmeza, mas tão-somente a de algo ser formado basicamente. Em especial no segundo e
terceiro desses textos, é significativo o papel de Deus na formação do corpo humano.
Provavelmente essa mesma idéia básica está presente em passagens onde a palavra
pode ser traduzida como “dar” (cf. 2 Cr 1.4; Jó 38.41; Sl 65.9 [10]; 78.20; Pv 6.8). O que
está especialmente em questão aqui é a capacidade de Deus prover seu povo e criação com
comida. Em numerosos textos é difícil saber se a tradução deve ser “dar, proporcionar,
conceder”, ou então “preparar”. Parece provável que as várias referências em Crônicas a
Davi “preparar” materiais para o templo podem muito bem ser entendidas simplesmente
como o ato de ele “fornecer” tais materiais.
2) Todavia, de qualquer maneira fica claro que um grupo significativo de ocorrências
deve ser traduzido como “preparar”. Tendo em vista algo no futuro, certas coisas são
arrumadas. Preparação de comida (Gn 43.16; Js 1.11; Ne 8.10) e preparativos militares
(Js 8.4; Ez 7.14; 38.7; Am 4.12) são duas circunstâncias em que se usa a palavra com essa
conotação. No último caso, muitas das referências indicam que é Deus que pelejará contra
os ímpios, e estes devem se preparar da melhor maneira que puderem (cf. Jó 15.23; Jr
46.14; 51.12, e tc.). Por outro lado, Deus também fez preparativos. Isto incluía tanto suas
funções criadoras (Sl 147.8; Jó 28.27; Pv 8.27) quanto judiciais (Sl 7.11, 13 [12, 14]; 9.7
[8]; Pv 19.29; S f 1.7).
Não é bem claro o sentido de um grupo de referências que fala de pessoas
“encam inhando” (IBB) seus corações para buscar o Senhor (cf. 1 Cr 29.18; 2 Cr 12.14, etc.).
Parece provável que é mais apropriada a tradução da TB, “estabelecer” (isto é, “firm ar”),
em harmonia com várias passagens de Salmos (cf. 57.7 [8]; ARA, “firme está o meu
coração, ó Deus”).
3) Como ocorre com a conotação anterior, existe uma certa ambigüidade na fronteira
entre “preparar” e “estabelecer”. Isso é especialmente válido no que diz respeito aos atos
criadores de Deus. Enquanto Provérbios 8.27 diz que Deus “preparou” os céus, Provérbios
3.19 afirma que ele “estabeleceu” os céus. Aqui surgem as nuanças especiais de certeza.
Elas estão implícitas no próprio caráter da divindade da Bíblia, um Deus que não muda
(Sl 119.90). Por ter Deus trazido os céus e a terra à existência, estes estão firmes para
sempre (Jr 33.2). Por esse motivo o uso de “estabelecer” é especialmente apropriado. As
referências em que essa tradução é apropriada podem ser divididas em três grupos. Todas
as três possuem nuanças de realeza. Deus, na condição de rei divino, estabeleceu os céus
como seu trono (Sl 103.19) e a terra como seu domínio (1 Cr 16.30; Sl 93.1; Is 45.18). Na
condição de rei divino, o seu trabalho é realizado mediante a sabedoria e o entendimento
(Pv 3.19; Jr 10.12; 51.15). Isto por si mesmo conduz à fixidez daquilo que ele fez.
4) É o rei divino que, então, assegura ou recusa assegurar o reinado humano. Cerca
de 25 vezes emprega-se a palavra para indicar o estabelecimento de uma dinastia. Fica
claro que, em si mesma e por si mesma, nenhuma linhagem humana consegue se
estabelecer. Somente mediante relacionamento com Aquele em quem o reinado subsiste
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