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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1199 (mãlak)<br />

também envolvia uma teoria pagã e um padrão de ritual para expressá-la, o qual alguns<br />

supõem ter sido uma prática generalizada no antigo Oriente Médio. De acordo com esse<br />

ponto de vista, o rei, sendo na teoria um rei divino, tomava-se a figura central de um<br />

festival anual de comemoração do ano novo, encenando a morte e renascimento (como nas<br />

estações do ano) do deus da fertilidade. Dessa maneira o rei, ritualmente (como uma<br />

espécie de sumo pontífice ou sumo sacerdote) reencenava a luta da criação, a subseqüente<br />

vitória sobre o poder do caos, um casamento sagrado e então reassumia o seu trono, que<br />

já ocupava. Afirmam tais críticos que tudo isso era para garantir a revitalização da<br />

natureza na primavera e a fertilidade dos campos e dos rebanhos num outro ciclo anual<br />

de estações, bem como um governo estável durante o ano. Essa teoria, com variações, é<br />

vigorosamente defendida por um grande número de estudiosos (A. BENTZEN, K in g and<br />

M essiahy tr. em inglês, Londres, Lutterworth Press, 1955; I. ENGNELL, Studies in divine<br />

Kingship in the ancient N ear E ast, Uppsala, Almqvist and Wiksells, 1943; S. H. HOOKE,<br />

ed., M yth and ritual, Londres, Oxford University Press, 1933; _______ , The labyrinth,<br />

Londres, S.P.C.K., 1935; G. WlDENGREN, Sacrales Koenigtum im A lten Testam ent und im<br />

Judentum , Stuttgart: W . Kohlhammer, 1955). Mas, embora esses escritores aleguem que<br />

muitos dos salmos reflitam o ritual anual descrito acima, na realidade a teoria não possui<br />

um só vestígio na Bíblia e existem estudiosos que lançam muitas dúvidas sobre toda essa<br />

idéia. (Veja a bibliografia, especialmente Frankfort, que assinala que, embora o rei fosse<br />

divinizado no Egito, na Mesopotámia não o era, com raras exceções.)<br />

m alkâ. R a in h a , À exceção de Cantares 6.8-9, onde aparece duas vezes no plural, malkâ<br />

é sempre empregado no singular e sempre se refere a rainhas de terras estrangeiras. O<br />

sentido é aparentemente, às vezes, o de chefe de estado (1 Rs 10.1) e, com maior<br />

freqüência, o de consorte do rei (Et 1.9; 2.22). Foram rainhas Atalia (2 Rs 11.3; 2 Cr<br />

22.12), Ester (Et 2.4), Vasti (Et 1.9) e a consorte de Nabucodonosor (Dn 5.10); as<br />

circunstâncias determinam o exato sentido do termo. A primeira foi uma avó assassina,<br />

que usurpou o trono, valendo-se do poder ilegitimamente. A última não exerce nenhum<br />

poder civil, sendo apenas a consorte favorita do melek. Na condição de m alkâ, Ester não<br />

possuía qualquer poder monárquico, mas apenas o que sua posição social de consorte do<br />

rei lhe concedia. Das 33 ocorrências (35 se contarmos a passagem em aramaico de Dn<br />

5.10) de m alkâ, com apenas duas exceções (Ct 6.8-9), todas as demais referem-se a<br />

rainhas de terras estrangeiras. Na antigüidade oriental a “rainha” geralmente não era<br />

a esposa do rei e geralmente também não reinava, de modo que o nome de sua posição<br />

normalmente não era a forma feminina de m elek, mas sim g ebirâ, palavra que significa<br />

grande dama (1 Rs 11.19; 15.13; 2 Cr 15.16.; Jr 13.18; 29.2). A “rainha [m fleket) dos céus”<br />

(Jr 7.18; 44.17, 18, 19, 25) era uma deusa pagã adorada em Jerusalém. É possível que a<br />

palavra seja um nome próprio. (Também se usam raramente sârá e shêgãl para designar<br />

as consortes dos reis.)<br />

m eleket. Forma infreqüente e difícil, que indica uma certa rainha pagã dos céus (Jr 7.18).<br />

m õlek. M oloq u e. Nome encontrado na Bíblia Hebraica para referir-se à divindade pagã<br />

de sexo masculino, presumivelmente tomada de empréstimo dos vizinhos de Israel, a<br />

quem israelitas apóstatas sacrificavam criancinhas no vale de Hinom, logo ao sul de<br />

Jerusalém. As consoantes, mlk, são a palavra melek, “rei (divino)”, ao passo que as vogais<br />

são as que os massoretas, seguindo um costume que vem desde tempos imemoriais,<br />

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