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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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848 ITT (yãda1)<br />

se usa yãda‘ no conhecido eufemismo “conheceu Adão a Eva, sua mulher” (IB B , Gn 4 .1 ;<br />

19.8; Nm 31.17, 35; Jz 11.39; 21.11; 1 Rs 1.4; 1 Sm 1.19). Usa-se para descrever<br />

perversões sexuais como sodomia (Gn 19.5; Jz 19.22) e estupro (Jz 19.25).<br />

Além do conhecimento de assuntos seculares, yãda‘ também é empregado para<br />

indicar o relacionamento de alguém com a divindade, seja com outros deuses (Dt 13.3, 7,<br />

14) ou com Javé (1 Sm 2.12; 3.7). O pagão não conhece a Deus (Jr 10.25), nem tampouco<br />

Israel, de acordo com os profetas (Jr 4.22). As pragas do Egito foram enviadas para que<br />

os egípcios soubessem que Javé é Deus (Êx 10.2, etc.). Ele destruirá (Ez 6.7) e restaurará<br />

Israel, de sorte que saberão que ele é Deus (Is 60.16). O profeta Ezequiel, em particular,<br />

utiliza em suas ameaças a frase “para que saibais” (Ez 6.7, 10, 13, 14; 7.4, 9, 27, etc.).<br />

d ê ‘â. C on h ecim en to. Este substantivo feminino é traduzido por gnõsis na LXX e por<br />

scientia na Vulgata. O Senhor é um Deus de todo conhecimento (Jó 36.4; 1 Sm 2.3). Os<br />

ímpios questionam o conhecimento que Deus tem (Sl 73.11). Deus é o objeto do<br />

conhecimento humano, e Isaías antevê uma terra repleta do conhecimento do Senhor (Is<br />

11.9). O profeta prega o conhecimento (Is 28.9), e o governante ideal governa com tal<br />

conhecimento (Jr 3.15). Este substantivo talvez seja apenas uma outra forma de da‘cit<br />

(veja abaixo). O substantivo masculino dêa‘ é bem parecido.<br />

d a ‘at. C o n h ecim en to , astúcicu Este substantivo feminino deriva da raiz yãda\<br />

“conhecer”. A raiz expressa o conhecim ento adquirido de diversas m aneiras pelos sentidos.<br />

O substantivo ocorre 93 vezes no AT, a maioria das vezes na literatura de sabedoria, com<br />

*<br />

41 casos em Provérbios, dez em Jó e nove em Eclesiastes. E usado 42 vezes nos textos de<br />

Qumran e em ugarítico e acadiano.<br />

da‘at é um termo genérico que indica conhecimento, especialmente aquele de<br />

natureza pessoal e experimental (Pv 24.5). Também é usado para indicar o conhecimento<br />

técnico ou uma habilidade específica, tal como o que foi necessário para a construção do<br />

tabernáculo e do templo (Êx 31.3; 35.31; 1 Rs 7.14). Também se usa d a a t para indicar o<br />

discernimento (Sl 119.66). Tanto aquilo que é feito sem intenção (Dt 4.42; 19.4; Js 20.3,<br />

5; beli da‘at) quanto opiniões equivocadas são “sem conhecimento” (lõ} da‘at, ARC, Pv 19.2).<br />

dueut é algo que também Deus possui (Jó 10.7, Sl 139.G; Pv 3.20), de quem ninguém<br />

pode se esconder (Sl 139.1-18). Ele ensina da‘at ao homem (Sl 94.10; 119.66; Pv 2.6). A<br />

palavra aparece em paralelo com sabedoria (hokm â) e entendimento (fb ü n â ), instrução<br />

(müsãr) e lei (tôrâ). “Sabedoria” é vocábulo usado em grupos de palavras onde também<br />

aparece “ciência” (maddã‘, Dn 1.4) e é o oposto de “estultícia” ('iwwelet, Pv 12.23; 13.16;<br />

14.18; 15.2). Dessa maneira, da‘at é a percepção contemplativa do sábio (Pv 1.4; 2.6; 5.2;<br />

Ec 1.18).<br />

da‘at também é empregado para indicar a cognição moral. Assim, a árvore no jardim<br />

do Éden era uma árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9, 17). Ao com er do seu<br />

fruto, o homem veio a conhecer de uma forma comparável ao conhecimento que Deus tem<br />

(veja acima). Essa importante referência também pode ser interpretada como uma figura<br />

de linguagem conhecida como merisma para indicar a consciência objetiva de todas as<br />

coisas, tanto boas quanto más. Nesse sentido, a dor do pecado assumiu de fato dimensões<br />

divinas (Gn 3.22). Diz Cassuto: “Antes de comerem da árvore do conhecimento, o homem<br />

e sua esposa eram com o criancinhas que nada sabem do que existe ao redor” (U. Cassuto,<br />

Genesis, v. 1, p. 112).<br />

Particularmente distintivo é o conceito profético de “conhecimento de Deus” (da‘at<br />

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