DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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Entretanto, am é empregado predominantemente para expressar duas características
básicas dos homens em um grupo: 1) relacionamentos mantidos dentro do grupo ou com
ele; e 2) a unidade do grupo.
Vários tipos de relacionamento são expressos, implícita e explicitamente. Alguns
exernplos são: comunhão religiosa (Gn 17.14, “o incircunciso ... [deve ser] eliminado do seu
povo ), relacionamento mãe-filhos (Gn 17.16, Sara viria a ser mãe de “reis de povos”),
relacionamento com ancestrais (Gn 25.8, “expirou Abraão ... e foi reunido ao seu povo”;
também 25.17; Gn 49.33), relacionamento rei-súdito (Gn 26.11; Êx 1.9, etc.), laços de
família (Gn 36.6, a família incluía as esposas, filhos, escravos, servos), vínculos judiciais
(Gn 49.16, Dã deve julgar “o seu povo”), relacionamento entre libertador/governante e
libertados/governados (Êx 5.16, etc., refere-se ao relacionamento entre Moisés e os
israelitas libertados), relacionamento social (Nm 5.27, uma adúltera seria “uma maldição
no meio do seu povo”), relacionamento entre líder militar e as tropas (Js 3.3; etc.),
relacionamento de adoção (Rt 1.16) e relação profética (profetas desde Elias até Malaquias
dirigem-se a seu povo).
Intimamente relacionado ao conceito de parentesco entre o povo encontra-se o
conceito de unidade. Laços religiosos, maternais e ancestrais uniam o povo. O conceito de
unidade é explicitamente expresso. A unidade podia ser alcançada mediante casamentos
entre dois povos (Gn 34.16). Foi alcançada quando Deus reuniu homens (Ez 38.12). A
idéia do povo como um rebanho também exprime a idéia de unidade (Zc 9.16). Existem
também diversas passagens (cf'. 1 Sm 11.11) em que a palavra tem o significado de
“tropas” (ARA, “povo”).
‘am m i, “meu povo”, também é empregado amplamente no AT. Algumas vezes citam-se
as palavras de um rei ou de um líder quando fala do povo pelo qual é responsável. O
vocábulo é basicamente usado para expressar o relacionamento entre Deus e seu povo.
Não deve causar surpresa o fato de o vocábulo usado ser ‘am, pois, conforme já foi visto,
ele enfatiza os aspectos de relacionamento e unidade de um grupo de pessoas.
O Senhor emprega ‘am m i pela primeira vez quando fala dos descendentes de Abraão,
a quem escolheu e com quem está identificado por intermédio da aliança (Êx 3.7 e s.).
Deus sela esse relacionamento de forma ainda mais firme ao redimir o povo, tirando-o do
Egito (Êx 5.1 e ss.). A proteção constante e a provisão abundante concedida a eles
testificam do amor e interesse incessantes que ele tem pelas pessoas que chama de “meu
povo” (cf., e.g., Sl 78.52-66; 95.7). Deus formou esse povo para si (Is 43.21; 51.16), deu-lhe
uma habitação (Sião, Is 10.24) e sobre ele derramou bênçãos e virtudes (Is 63.18).
O povo da aliança, em virtude do adultério religioso, tornou-se lo’-‘am m í, “Não-meupovo
(Os 1.9-10, [2.11; 2.23 [25]). Ele é destruído por falta de conhecimento (Os 4.6), o que
deixa basicamente implícita uma rejeição do Senhor, sua aliança, seu amor e sua lei.
Ainda que muitos dentre o povo se desviem e sejam castigados (Jr 15.17), Deus manterá
um remanescente, que será ‘am (Is 11.11, 16; 46.3; Êx 8.9, 11). Ele ainda o salvará (Zc
8.6, 11), e o Senhor dirá “é meu povo” (Zc 13.9).
O povo da aliança do Senhor será um povo unido. Isso não significa que apenas
descendentes biológicos de Abraão são o ‘am. Provenientes do Egito, da Assíria (Is 19.25)
e das nações vizinhas de Israel existem aqueles que hão de ser incluídos e registrados
como povo de Deus (Sl 87).
A expressão ‘am h ã ’ãrets é empregada com freqüência, mas o sentido varia de uma
época para outra. R. de Vaux (AI, p. 70-2) assinala que nos períodos mais antigos da
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