DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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sem elhantem ente funcionasse com o um ponto divisor, cortando o mês não em duas
m etades, mas em sem anas. As duas raizes seriam análogas não em razão de uma
adaptação no hebraico, mas com base num a etim ologia e função com uns (A/, p. 477).
M ais im portante do que a origem do sábado é o que se pode cham ar de teologia do
sábado. Qual era o significado religioso do sábado e por que razão se requeria a sua
guarda? Pode-se aquilatar algo da im portância dessa instituição observando-se que, dos
dez m andam entos, o quarto é tratado mais longam ente que qualquer outro.
Talvez o m elhor procedim ento seja observar os m otivos da guarda do sábado, um
m andam ento que pode ser expresso em term os positivos, “seis dias farás a tua obra, mas
ao sétim o dia descansarás” (Êx 23.12; 31.15), ou negativos, “o sétim o dia é o sábado não
(...) farás nenhum trabalho” (Êx 20.10).
Em prim eiro lugar, Êxodo 20.8 e ss. associa a guarda do sábado ao fato de o próprio
Deus ter descansado no sétim o dia, depois de seis dias de trabalho (Gn 2.2-3). Tudo que
Deus fez, segundo o registro de Gênesis, avaliou com o bom. Entretanto, som ente o sábado
ele santificou, dando talvez a entender que o clím ax da criação não foi a criação do
hom em , mas o dia de descanso, o sétim o dia. O sábado é, portanto, um convite ao
regozijar-se com a criação de Deus e reconhecer a soberania divina sobre o nosso tempo.
Em segundo lugar, observa-se em D euteronôm io 5.15 um m otivo diferente para a
guarda do sábado: “porque te lem brarás que foste servo na terra do Egito, e que o SENHOR
teu Deus te tirou dali com mão poderosa (...) pelo que o SENHOR teu Deus te ordenou que
guardasses o dia de sábado”. De m odo que o livro de Êxodo associa o sábado à criação
descrita em Gênesis, e o livro de Deuteronôm io associa o sábado ao livram ento do Egito,
descrito em Êxodo. De m odo que a cada sábado Israel deve se lem brar de que Deus é um
em aneipador, um libertador. Parece que os cristãos estavam certos ao associar o dia de
descanso com a lem brança da ressurreição de Cristo. É ele quem dá liberdade. Na
verdade, nessa questão não há nenhum conflito real entre D euteronôm io e Êxodo.
Enquanto D euteronôm io tem em vista o povo da aliança, os versículos de Êxodo dão
ênfase ao Deus da aliança (AI, p. 481).
Em terceiro lugar, o sábado é um a estipulação social ou hum anitária que concede um
dia de descanso àqueles que trabalham sob as ordens de alguém : “para que descanse o
teu boi e o teu jum ento; e para que tom e alento o filho da tua serva e o forasteiro” (Êx
23.12; Êx 20.10; Dt 5.14-15). Aqui então esse m andam ento dá um passo na direção de
to m a r todos os hom ens iguais diante de Deus. Assim com o o sábado recorda o fato de os
israelitas terem sido libertados do Egito, de igual form a deve tom ar-se um agente
libertador, pondo em liberdade aqueles que na sociedade sofrem algum tipo de ju go (vejase
Andreasen, na bibliografia). Seria possível associar isso com o fato de 1 Coríntios 16.2
registrar que no prim eiro dia da sem ana se fazia uma coleta de dinheiro para os pobres
de Jerusalém ?
Em quarto lugar, o sábado é um sinal da aliança e, desse m odo, o sábado se projeta
no futuro. O sábado agora junta-se aos sinais do arco-íris e da circuncisão. Os textos
pertinentes são Êxodo 31.13, 17 e Ezequiel 20.12, 20. Isso explica a razão do castigo da
profanação do sábado ser a morte (Êx 31.14; Nm 15.32-36; Jr 17.19-27). Enquanto guarda
o sábado, Israel proclam a a sua lealdade a lavé e assegura a presença salvífica de Deus
no seu meio. Para o cristão, essas prom essas se cum prem num a pessoa, Cristo. Por m eio
dele entram os no próprio descanso de Deus (H b 4.1-11).
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