30.03.2017 Views

DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1531 nso (sãpâ)<br />

40:278) assinalou, não é seguro, com o também não é certa a alegada relação com o<br />

am árico Sàdàfe, “canto fúnebre”, de acordo com Leslau (Ethiopic and south Arabic<br />

contributions to the H ebrew lexicon, Berkeley, University o f Califórnia, 1958, p. 37).<br />

De longe, a maioria das referências em que se acham esta raiz e seus derivados<br />

tratam de ritos de luto pela morte de alguém (e.g., Gn 23.2; 50.10; 1 Sm 25.1; 28.3; 2 Sm<br />

1.12; 3-31; 11.26; 1 Rs 13.29 e s.; cf. Ec 12.5). Em tais ocasiões, todos os que sentiam a<br />

perda do morto vinham partilhar sua tristeza com os membros da família. Essa tristeza<br />

podia ser dem onstrada de muitas maneiras: ficar descalço, arrancar as roupas, cortar a<br />

barba ou o corpo, jejuar (ou dar um banquete), espalhar cinzas ou bater em algum a parte<br />

do corpo. Alguns desses rituais eram proibidos para os israelitas, decerto em razão de<br />

associações com o paganismo (Lv 19.28). Gritos estridentes ou choro em alta voz<br />

freqüentem ente acompanhavam as dem onstrações de luto, as quais, com o decorrer do<br />

tem po, se tom aram estereotipadas e deram origem a lamentos formais. E claro que o<br />

choro, especialm ente pelas mulheres, tinha grande proem inência, conform e é atestado pelo<br />

uso de sãpad em paralelo com bãkâ, “chorar”. O desenvolvimento dos ritos fúnebres levou<br />

ao em prego de pranteadores profissionais, que também eram, em geral, mulheres.<br />

O pranto pelos mortos começava im ediatamente com a morte, prosseguia enquanto<br />

o corpo era levado para a sepultura, era observado junto ao túm ulo e durava pelo menos<br />

sete dias após o sepultamento.<br />

O costum e de prantear os m ortos foi usado pelos profetas para advertir sobre uma<br />

morte nacional vindoura de conform idade com o justo juízo divino. Isaías (32.11 e ss.)<br />

convoca as m ulheres de Judá a prantear em vista do juízo que se aproximava. Jerem ias<br />

(4.8) cham a Jerusalém ao arrependim ento e ao pranto em face da invasão babilônica. Joel<br />

(1.8, 13 e ss.) convoca os sacerdotes pranteadores a liderar o povo num m omento de<br />

profundo arrependim ento e tristeza da nação pelos seus pecados, uma vez que a praga dos<br />

gafanhotos não passava de um sinal do juízo pior que estava por vir. Miquéias (1.8) fica<br />

lam entando e uivando por Judá.<br />

Foi surgindo todo um gênero de lamento profético que não som ente ressaltava a<br />

necessidade de arrependim ento nacional pelo pecado e a certeza do juízo vindouro, mas<br />

tam bém prom etia que no final haveria um livramento na vinda do M essias (e.g., Zc 12.10-<br />

11), quando num sentido bem mais profundo o crente fará sua a exclamação do salmista<br />

(S l 30.10-11 [11-12]): “SENHOR ... converteste o meu pranto em folguedos”!<br />

B ib lio g r a fia : — JACOB, E., Mouraing, In: IDB. v. 3. — GREGORY, T. M., Mouraing,<br />

In: ZPEB. v. 4, p. 302-7.<br />

R.D.P.<br />

1531 uipÇ (sapa) v a r r e r , d e sfa z er-s e d ey co n su m ir , d estru ir.<br />

Parece que a idéia básica da raiz é a de abrir espaço — m ediante o processo tanto<br />

de am ontoar coisas como de desfazer-se delas (cf. o árabe s a f ã “levantar poeira e levá-la<br />

em bora”). A raiz pode, às vezes, ser confundida com ’ãsap ou yãsap.<br />

Em geral em prega-se a raiz num sentido hostil, especialm ente em contextos de juízo.<br />

Davi passou grande parte de sua vida sendo varrido da presença de seus inim igos; mais<br />

tarde, tendo de enfrentar o juízo divino por ter pecado, ele evita a opção de ser varrido da<br />

presença de seus inimigos (1 Cr 21.12-13; ARA, “ser consum ido”).<br />

O juízo divino contra o pecado é o tema de diversos contextos. Ló e a sua família<br />

1053

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!