DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

570 pi?T (zã‘aq)
No qal a palavra é usada quase exclusivamente com referência a um grito ou clam or
de um coração angustiado, necessitado de algum tipo de ajuda. O grito não é um pedido
de ajuda a alguém, e sim a expressão de uma necessidade sentida. Mais freqüentemente,
o grito é dirigido a Deus. Quando os israelitas estavam sendo invadidos anualmente pelos
m idianitas, lançaram este clamor (Jz 6.6, 7). Às vezes o clam or é dirigido a um falso deus
(Jr 11.12), e uma vez a um rei (2 Sm 19.29). Algumas vezes a palavra é usada não para
um clam or dirigido a alguém, mas como uma mera expressão de alarme. Toda a cidade
de Siló gritou assim quando a Arca foi capturada pelos filisteus (1 Sm 4.13). O clam or pode
ser lançado em favor de outra pessoa (Is 15.5). Pode ser um lamento em face de notícias
ruins (Jr 47.2), ou até mesmo um grito de protesto (Jó 31.38). Em apenas uma ocorrência
há a idéia de uma convocação, quando Jefté conclamou os efraimitas a ajudá-lo na luta
contra os amonitas (Jz 12.2). Ainda assim, era um pedido de ajuda.
O grau nifal é usado seis vezes, sempre com o sentido de reunir um grupo de pessoas.
Assim , esse grupo pode ser considerado “os cham ados” ou “os convocados” (Js 8.16).
O grau hifil ocorre sete vezes, mas apenas uma vez com sentido causativo (Jn 3.7).
Quatro vezes conota a idéia de assembléia, correspondendo assim ao sentido do nifal, mas
no sentido ativo (2 Sm 20.4, 5). Uma vez é usado para descrever um grito de alarme, como
um dos usos no qal, e uma vez com o significado de chamar a atenção de alguém para
com unicar-lhe uma mensagem (Zc 6.8).
A distinção entre z ã ‘aq e tsã ‘aq parece ser a de que tsã ‘a q foi usado mais cedo. Esta
é uma distinção relativa, todavia, pois z ã ‘aq também é encontrado no Pentateuco, e tsã ‘aq
também se acha em escritos pós-exílicos. Uma contagem das ocorrências de cada verbo
em cada período, todavia, sustenta essa distinção geral. Em escritos que provavelmente
foram produzidos até o período da monarquia unida, tsã ‘aq, tanto em forma verbal quanto
nominal, é encontrado 44 vezes (num total de 76 vezes no AT), ao passo que z ã ‘a q aparece
apenas 36 vezes (de um total de 89 no AT). Em escritos pós-exílicos, tsã‘aq aparece apenas
duas vezes, enquanto z ã ‘a q aparece oito. Em Jeremias, em Ezequiel e em Zacarias, a
contagem é de 21 a 7 em favor de z ã ‘aq.
No significado, as duas raízes são muito próximas. Ambas indicam o sentido básico
de grito ou clamor por ajuda numa situação de angústia. Am bas descrevem tal grito ou
clam or sendo dirigido a Deus, a falsos deuses e a homens, embora tsã ‘a q seja usado várias
vezes nesta última situação, enquanto z ã ‘a q é usado assim uma única vez. No nifal o uso
das duas raízes apresenta sentidos paralelos. Alguma diferença existe no hifil, já que t$ã‘aq
aparece apenas uma vez, num dos sentidos de z ã ‘a q , o de convocar ou reunir uma
assembléia.
zc‘ ã q â . G rito, cla m o r. O substantivo derivado de z ã ‘aq é usado 18 vezes, das quais 16
correspondem de perto à idéia do qal, ou seja, designam um grito de ajuda diante de uma
situação de angústia. A palavra é usada, por exemplo, para descrever o clam or dirigido
a Neemias pelos judeus que estavam sendo oprimidos por seus vizinhos ricos (Ne 5.6).
Mordecai soltou um grito assim ao ouvir sobre o plano de Hamã para exterm inar os judeus
(Et 4.1). z “ã qâ também é usado numa referência abstrata ao clam or insensato de um
governante mau (Ec 9.17) e para o clam or contra Sodoma, que chegara aos ouvidos de
Deus (Gn 18.20).
L.J.W.
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