DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

912 C^EÍTT (yerüshãlayim)
piT (yãrôq). Veja o n? 918c.
912 ofpÇVV (yrrüshãlayim ), D*p0TV (yerâshãlam ) J e r u s a l é m .
Antiga cidade do sul de Canaã, capital da dinastia davídica e centro religioso do
judaísmo até sua rejeição de Jesus e sua conseqüente destruição por Tito em 70 d.C. Era
vista também como um símbolo da igreja cristã, foi profetizada como o centro do futuro
reino messiânico e é o protótipo da derradeira Nova Jerusalém, que vem após o juízo
divino final. Mencionada pelo nome 669 vezes no AT apenas, Jerusalém é a cidade de
maior significado no mundo (Sl 48.1-2 [2-3]). Foi o local da habitação de Deus na terra (1
Rs 8.13), o cenário da ressurreição de Cristo (Lc 24.47) e será o local de sua volta gloriosa
(Zc 14.5).
Embora objetos do período paleolítico tenham sido recuperados a sudeste da atual
Jerusalém, parece que o povoamento urbano teve início com os cananeus da Idade do
Bronze Antiga (3000-2000 a.C.). A escolha do local parece ter sido ditada pela presença
de um entroncamento de estradas, a vantagem militar do monte Ofel, ou Sião, e a água
perene da fonte de Giom, no vale de Cedrom, a leste da cidade. A primeira menção da
cidade ocorre no final desse período, quando Abraão dá honras ao rei-sacerdote de
Jerusalém, Melquisedeque (Gn 14.20), que é um tipo de Cristo (Sl 110.4; Hb 7) em sua
dupla função. No monte adjacente de Moriá (2 Cr 3.1) Abraão estava disposto a oferecer
seu filho Isaque como um sacrifício a Deus (Gn 22.2, aproximadamente 2050 a.C.).
Conforme relatos preliminares, a cidade é mencionada pela primeira vez nas
tabuinhas de Ebla (KlTCHEN, K. A. The Bible in its world. Paternoster, 1977. p. 53). É
então mencionada nos Textos Egípcios de Execração da Décima Segunda Dinastia, da
Idade do Bronze Média (2000-1600), como Urusalimum, “alicerce (?) de Salém”. Essa
forma provavelmente deve ser lida nas cartas de Amama (século catorze a.C.) como
Urscdimmu. Portanto, em hebraico antigo a palavra era pronunciada yerushalem , com o
provável sentido de “alicerce de Salém”, em que shalem seria um deus conhecido a partir
de um texto mitológico ugarítico, mas que em hebraico veio a significar paz ou segurança.
Sua designação inicial na Bíblia, no texto mosaico de Gênesis (aproximadamente
1450 a.C.), é simplesmente “Salém” (14.18; cf. Sl 76.2 [3]), shãlêm , que significa
“completo, próspero, pacífico”. Sua forma em aramaico bíblico, y erü$h'lem (Dn 5.2), e na
LXX, ierousalêm , é, portanto, provavelmente mais correta do que o hebraico medieval dos
massoretas, y erüshálayim , que talvez tenha sido influenciado por m itsrayim, o
substantivo dual que designa o Egito.
Embora capturada por Josué na Idade do Bronze Recente (Js 10.1) e ocupada
durante um breve período após a sua morte (Jz 1.8, aproximadamente 1390 a.C.),
Jerusalém continuou em mãos cananéias (jebuséias) (1.21) até sua captura por Davi em
1003 a.C. (2 Sm 5.6-9). Ao trazer a arca da aliança para uma tenda especial (6.17), Davi
fez de Sião o trono da presença de Deus (Sl 132.13). Em 959 a.C. Salomão concluiu a
construção do templo definitivo, que, embora destruído por Nabucodonosor em 586 a.C.,
foi reconstruído por Zorobabel, 520-515 a.C., no qual mais tarde Jesus entrou com a
verdadeira paz de Deus (Ag 2.9). Dessa forma Jerusalém é “a cidade do grande Rei” (Sl
48.2 [3]; Mt 5.35). Parece que “nascer em Sião” eqüivalia a ter participação na salvação
divina (Sl 87.45), não importando a real nacionalidade da pessoa (v. 6; IC C , Psalm s, v. 2,
p. 240; cf. G1 4.26). O nome da cidade passa a designar o próprio céu (Hb 12.22-23).
665