11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

imputatio factis e imputatio iuris, afirmando que: “A<br />

imputabilida<strong>de</strong> é o juízo que fazemos <strong>de</strong> um fato futuro,<br />

previsto como meramente possível; a imputação é o<br />

juízo <strong>de</strong> um fato ocorrido. A primeira é a contemplação<br />

<strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia; a segunda é o exame <strong>de</strong> um fato concreto.<br />

Lá estamos diante <strong>de</strong> um conceito puro; aqui estamos<br />

na presença <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong>” 1 . Contudo, o conceito<br />

<strong>de</strong> imputabilida<strong>de</strong> que agora nos interessa é muito mais<br />

estrito e se refere a um dos elementos da culpabilida<strong>de</strong>.<br />

Imputabilida<strong>de</strong>, como já afirmamos, é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

culpabilida<strong>de</strong> 2 , é a aptidão para ser culpável. Como<br />

afirma Muñoz Con<strong>de</strong>, “quem carece <strong>de</strong>sta capacida<strong>de</strong>,<br />

por não ter maturida<strong>de</strong> suficiente, ou por sofrer <strong>de</strong><br />

graves alterações psíquicas, não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>clarado<br />

culpado e, por conseguinte, não po<strong>de</strong> ser responsável<br />

penalmente pelos seus atos, por mais que sejam típicos<br />

e antijurídicos” 3 . Imputabilida<strong>de</strong> não se confun<strong>de</strong> com<br />

responsabilida<strong>de</strong>, que é o princípio segundo o qual a<br />

pessoa dotada <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> culpabilida<strong>de</strong><br />

(imputável) <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r por suas ações. Aliás,<br />

também nesse particular, foi feliz a Reforma <strong>Penal</strong> <strong>de</strong><br />

1984, ao abandonar a terminologia responsabilida<strong>de</strong><br />

penal, equivocadamente utilizada pela redação original<br />

do Código <strong>Penal</strong> <strong>de</strong> 1940.<br />

Nosso Código <strong>Penal</strong> não <strong>de</strong>fine a imputabilida<strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!