11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

lei” 62 .<br />

Por isso, a interpretação analógica, ao contrário da<br />

analogia, po<strong>de</strong> ser, e normalmente é, aplicada às<br />

normas penais incriminadoras. Estas, em obediência ao<br />

princípio nullum crimen, nulla poena sine lege, não<br />

po<strong>de</strong>m ter suas lacunas integradas ou colmatadas pela<br />

analogia, em obediência exatamente ao princípio<br />

nullum crimen sine praevia lege.<br />

Concluindo com o magistério <strong>de</strong> Asúa, interpretação<br />

analógica e analogia são coisas distintas, “porque a<br />

interpretação é o <strong>de</strong>scobrimento da vonta<strong>de</strong> da lei em<br />

seus próprios textos, ao passo que com a analogia não<br />

se interpreta uma disposição legal, que em verda<strong>de</strong> não<br />

existe, mas, ao contrário, aplica-se ao caso concreto<br />

uma regra que disciplina um caso semelhante. Naquela<br />

falta a expressão literal, mas não a vonta<strong>de</strong> da lei, e na<br />

analogia falta também a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta” 63 .<br />

5.2. Analogia in bonam partem<br />

Os Estados Democráticos <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> não po<strong>de</strong>m<br />

conviver com diplomas legais que, <strong>de</strong> alguma forma,<br />

violem o princípio da reserva legal. Assim, é<br />

inadmissível que <strong>de</strong>la resulte a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> novos<br />

crimes ou <strong>de</strong> novas penas ou, <strong>de</strong> qualquer modo, se<br />

agrave a situação do indivíduo. Dessa forma, as normas<br />

penais não incriminadoras, que não são alcançadas pelo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!