11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

po<strong>de</strong>ndo-se afirmar que se trata <strong>de</strong> um “crime<br />

subjetivo”. Este supõe, erroneamente, que está<br />

praticando uma conduta típica, quando na verda<strong>de</strong> o<br />

fato não constitui crime. Como o crime só existe na<br />

imaginação do agente, esse conceito equivocado não<br />

basta para torná-lo punível. Há no crime putativo um<br />

erro <strong>de</strong> proibição às avessas (o agente imagina proibida<br />

uma conduta permitida).<br />

15. Flagrante provocado<br />

Tem-se feito enorme confusão na doutrina e na<br />

jurisprudência entre crime provocado (ou flagrante<br />

provocado) e flagrante preparado (ou esperado). O<br />

Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, preten<strong>de</strong>ndo trazer luzes ao<br />

<strong>de</strong>bate, complicou ainda mais com a edição da confusa<br />

Súmula 145, que tem o seguinte verbete: “Não há crime,<br />

quando a preparação do flagrante pela polícia torna<br />

impossível a sua consumação”.<br />

Propomo-nos, ainda que <strong>de</strong> forma concisa, traçar<br />

algumas distinções que nos parecem absolutamente<br />

claras. Começamos fazendo a seguinte classificação: a)<br />

flagrante preparado (esperado); b) flagrante<br />

provocado (ou crime <strong>de</strong> ensaio); c) flagrante forjado.<br />

Ocorre o flagrante preparado, que diríamos melhor<br />

flagrante esperado, quando o agente infrator, por sua<br />

exclusiva iniciativa, concebe a i<strong>de</strong>ia do crime, realiza os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!