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BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

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O tipo penal, na concepção inicial <strong>de</strong> Beling,<br />

esgotava-se na <strong>de</strong>scrição da imagem externa <strong>de</strong> uma<br />

ação <strong>de</strong>terminada, ou seja, tinha uma função meramente<br />

<strong>de</strong>scritiva, competindo à norma a valoração da conduta.<br />

Por isso, uma ação po<strong>de</strong> ser típica e não ser antijurídica<br />

(contrária à norma), ante a existência <strong>de</strong> uma causa <strong>de</strong><br />

justificação. Beling distinguiu, em síntese, <strong>de</strong>ntro do<br />

injusto objetivo, a tipicida<strong>de</strong> da antijuridicida<strong>de</strong>.<br />

Assim, a proibição era <strong>de</strong> causar o resultado típico, e a<br />

antijuridicida<strong>de</strong> representava a contradição entre a<br />

causação <strong>de</strong>sse resultado com a or<strong>de</strong>m jurídica, que se<br />

comprovava com a ausência <strong>de</strong> causa justificadora 5 .<br />

Asúa lembra que a teoria da tipicida<strong>de</strong>, exposta por<br />

Beling, não recebeu acolhida favorável na doutrina<br />

alemã, que menosprezou sua importância, taxando-a <strong>de</strong><br />

inútil complicação. O seu gran<strong>de</strong> mestre Binding foi<br />

também o seu maior crítico e, consequentemente, foi<br />

quem proce<strong>de</strong>u a maior injustiça para com Beling. Sem o<br />

magistral <strong>Tratado</strong>, <strong>de</strong> Max Ernest Mayer, a tipicida<strong>de</strong>,<br />

que no estrangeiro era completamente <strong>de</strong>sconhecida,<br />

teria sido esquecida 6 .<br />

2ª) Fase da ratio cognoscendi da antijuridicida<strong>de</strong><br />

A segunda fase da teoria da tipicida<strong>de</strong> surge com o<br />

<strong>Tratado</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Penal</strong>, <strong>de</strong> Mayer, já referido,<br />

publicado em 1915. Para Mayer, a tipicida<strong>de</strong> não tem<br />

simplesmente função <strong>de</strong>scritiva <strong>de</strong> caráter objetivo, mas

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