11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

c o mo espécies <strong>de</strong> culpabilida<strong>de</strong>, ou simplesmente<br />

como “a culpabilida<strong>de</strong>”, passando a constituir,<br />

necessariamente, elementos da culpabilida<strong>de</strong>, embora<br />

não exclusivos, pois esse novo conceito <strong>de</strong><br />

culpabilida<strong>de</strong>, ao contrário da teoria psicológica,<br />

necessita <strong>de</strong> outros elementos para aperfeiçoar-se,<br />

como veremos. Em outros termos, po<strong>de</strong>rá existir dolo<br />

sem que haja culpabilida<strong>de</strong>, como ocorre nas causas <strong>de</strong><br />

exculpação (v. g., legítima <strong>de</strong>fesa putativa), em que a<br />

conduta, mesmo dolosa, não é censurável.<br />

Essa concepção, que preferimos <strong>de</strong>nominar<br />

psicológico-normativa, vê a culpabilida<strong>de</strong> como algo<br />

que se encontra fora do agente, isto é, não mais como<br />

um vínculo entre este e o fato, mas como um juízo <strong>de</strong><br />

valoração a respeito do agente. Em vez <strong>de</strong> o agente ser<br />

o portador da culpabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> carregar a culpabilida<strong>de</strong><br />

em si, no seu psiquismo, ele passa a ser o objeto <strong>de</strong> um<br />

juízo <strong>de</strong> culpabilida<strong>de</strong>, que é emitido pela or<strong>de</strong>m<br />

jurídica. Há, então, uma reprovação, uma censura, que<br />

recai sobre o sujeito, sobre o agente autor <strong>de</strong> um fato<br />

típico e ilícito, que se condiciona, no entanto, à<br />

existência <strong>de</strong> certos elementos: o primeiro, já existente<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento da culpabilida<strong>de</strong>, que é (I) a<br />

imputabilida<strong>de</strong>, que aliás, na teoria psicológica, era<br />

vista como um pressuposto da culpabilida<strong>de</strong>. A<br />

imputabilida<strong>de</strong> continua sendo indispensável na teoria

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!