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BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

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muitas das i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Beccaria. Não é exagero afirmar que<br />

o livro <strong>de</strong> Beccaria teve importância vital na preparação<br />

e amadurecimento do caminho da reforma penal dos<br />

últimos séculos.<br />

Beccaria menciona claramente o contrato social nos<br />

dois primeiros capítulos <strong>de</strong> sua obra 34 . “Desta forma,<br />

os homens se reúnem e livremente criam uma socieda<strong>de</strong><br />

civil, e a função das penas impostas pela lei é<br />

precisamente assegurar a sobrevivência <strong>de</strong>ssa<br />

socieda<strong>de</strong>.” Historicamente, a teoria do contrato social<br />

ofereceu um marco i<strong>de</strong>ológico a<strong>de</strong>quado para a<br />

proteção da burguesia nascente, já que, acima <strong>de</strong> todas<br />

as coisas, insistia em recompensar a ativida<strong>de</strong><br />

proveitosa e castigar a prejudicial.<br />

Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que a teoria clássica do Contrato<br />

Social (o utilitarismo) fundamenta-se em três<br />

pressupostos fundamentais: 1) Postula um consenso<br />

entre homens racionais acerca da moralida<strong>de</strong> e a<br />

imutabilida<strong>de</strong> da atual distribuição <strong>de</strong> bens. 2) Todo<br />

comportamento ilegal produzido em uma socieda<strong>de</strong> —<br />

produto <strong>de</strong> um contrato social — é essencialmente<br />

patológico e irracional: comportamento típico <strong>de</strong><br />

pessoas que, por seus <strong>de</strong>feitos pessoais, não po<strong>de</strong>m<br />

celebrar contratos. 3) Os teóricos do contrato social<br />

tinham um conhecimento especial dos critérios para<br />

<strong>de</strong>terminar a racionalida<strong>de</strong> ou irracionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ato.

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