11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ásicas do fato punível, cada uma com sua estrutura<br />

específica, distinta: a primeira viola uma proibição (crime<br />

comissivo), a segunda <strong>de</strong>scumpre uma or<strong>de</strong>m (crime<br />

omissivo). Omissão, como assinalou Armin Kaufmann,<br />

“é a não ação com possibilida<strong>de</strong> concreta <strong>de</strong> ação; isto<br />

é, a não realização <strong>de</strong> uma ação finalista que o autor<br />

podia realizar na situação concreta” 6 .<br />

Façamos, a seguir, uma análise das três principais<br />

teorias que polemizam o conceito <strong>de</strong> ação. Acrescemos,<br />

por ora, a título ilustrativo, a teoria da ação significativa.<br />

2. Teorias da ação<br />

2.1. Teoria causal-naturalista da ação<br />

O conceito causal <strong>de</strong> ação foi elaborado por Von Liszt<br />

no final do século XIX, em <strong>de</strong>corrência da influência do<br />

pensamento científico-natural na Ciência do <strong>Direito</strong><br />

<strong>Penal</strong>. Na verda<strong>de</strong>, o conceito causal foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

por Von Liszt e Beling, e fundamentado mais<br />

<strong>de</strong>tidamente por Radbruch 7 .<br />

Para Von Liszt, a ação consiste numa modificação<br />

causal do mundo exterior, perceptível pelos sentidos, e<br />

produzida por uma manifestação <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, isto é, por<br />

uma ação ou omissão voluntária. Mais precisamente,<br />

nas próprias palavras <strong>de</strong> Von Liszt, “a volição que<br />

caracteriza a manifestação <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> e, por

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!