11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

consi<strong>de</strong>ração das “causas <strong>de</strong> exclusão da<br />

culpabilida<strong>de</strong>” 24 .<br />

James Goldschmidt (1930) foi, ao lado <strong>de</strong> Frank, outro<br />

autor <strong>de</strong>terminante na configuração da teoria<br />

psicológico-normativa, para quem o fundamento do<br />

conceito normativo <strong>de</strong> culpabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser buscado<br />

na diferença que há entre “norma jurídica” e “norma <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ver” 25 . Goldschmidt distinguia norma jurídica e<br />

norma <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver, sustentando que a norma jurídica<br />

relaciona-se com o injusto, sendo <strong>de</strong> caráter objetivo e<br />

geral; a norma <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver, por sua vez, relaciona-se com a<br />

culpabilida<strong>de</strong>, sendo <strong>de</strong> caráter subjetivo e individual.<br />

Goldschmidt afasta os elementos fáticos da<br />

culpabilida<strong>de</strong>, reduzindo-a a juízo <strong>de</strong> contrarieda<strong>de</strong> ao<br />

<strong>de</strong>ver. Coube-lhe o mérito <strong>de</strong> haver chamado a atenção<br />

para a importância que assume, na construção da<br />

culpabilida<strong>de</strong>, a vonta<strong>de</strong> contrária ao <strong>de</strong>ver. A norma<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver, ou <strong>de</strong> motivação, tem existência<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, ao lado da norma <strong>de</strong> ação 26 . Para<br />

Goldschmidt, “a culpabilida<strong>de</strong> como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

fato antijurídico é sua possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconduzi-lo à<br />

motivação reprovável (valorativamente objetável)”, e<br />

acrescentava: “Pois esta consiste no não se <strong>de</strong>ixar<br />

motivar, objetável valorativamente, da vonta<strong>de</strong> pela<br />

representação do <strong>de</strong>ver” 27 .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!