11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Na coautoria não há relação <strong>de</strong> acessorieda<strong>de</strong>, mas a<br />

imediata imputação recíproca, visto que cada um<br />

<strong>de</strong>sempenha uma função fundamental na consecução<br />

do objetivo comum. O <strong>de</strong>cisivo na coautoria, segundo a<br />

visão finalista, é que o domínio do fato pertença aos<br />

vários intervenientes, que, em razão do princípio da<br />

divisão <strong>de</strong> trabalho, se apresentam como peça essencial<br />

na realização do plano global 59 .<br />

8. Participação em sentido estrito<br />

O Código <strong>Penal</strong> não <strong>de</strong>fine o que <strong>de</strong>ve ser entendido<br />

por participação. Essa omissão, contudo, não impediu<br />

que a doutrina nacional reconhecesse a distinção<br />

normativa, isto é, valorativa, que <strong>de</strong>ve existir entre as<br />

condutas principais, constitutivas <strong>de</strong> autoria, e as<br />

condutas secundárias, constitutivas <strong>de</strong> participação em<br />

sentido estrito. O novo tratamento dado pela reforma ao<br />

instituto do concurso eventual <strong>de</strong> pessoas facilita e até<br />

recomenda essa distinção, ao <strong>de</strong>terminar consequências<br />

penais diferenciadas, segundo a culpabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />

participante, e nos limites da contribuição causal <strong>de</strong><br />

cada partícipe.<br />

A participação em sentido estrito, como espécie do<br />

gênero concurso <strong>de</strong> pessoas, é a intervenção em um<br />

fato alheio, o que pressupõe a existência <strong>de</strong> um autor

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!