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BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

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<strong>de</strong>ve cominar penas estritamente necessárias e<br />

proporcionais ao <strong>de</strong>lito” (art. 15). No entanto, o<br />

princípio da proporcionalida<strong>de</strong> é uma consagração do<br />

constitucionalismo mo<strong>de</strong>rno (embora já fosse reclamado<br />

por Beccaria), sendo recepcionado, como acabamos <strong>de</strong><br />

referir, pela Constituição Fe<strong>de</strong>ral brasileira, em vários<br />

dispositivos, tais como: exigência da individualização<br />

da pena (art. 5º, XLVI), proibição <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />

modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sanções penais (art. 5º, XLVII),<br />

admissão <strong>de</strong> maior rigor para infrações mais graves (art.<br />

5º, XLII, XLIII e XLIV). Exige-se mo<strong>de</strong>ração, contudo,<br />

como <strong>de</strong>stacam Edilson Bonfim e Fernando Capez 40 ,<br />

para infrações <strong>de</strong> menor potencial ofensivo (art. 98, I).<br />

Des<strong>de</strong> o Iluminismo procura-se eliminar, <strong>de</strong>ntro do<br />

possível, toda e qualquer intervenção <strong>de</strong>snecessária do<br />

Estado na vida privada dos cidadãos. Nesse sentido,<br />

ilustra Mariângela Gama <strong>de</strong> Magalhães Gomes,<br />

afirmando: “No entanto, o conceito <strong>de</strong><br />

proporcionalida<strong>de</strong> como um princípio jurídico, com<br />

índole constitucional, apto a nortear a ativida<strong>de</strong><br />

legislativa em matéria penal, vem sendo <strong>de</strong>senvolvido,<br />

ainda hoje, a partir dos impulsos propiciados,<br />

principalmente, pelas obras iluministas do século XVIII<br />

e, posteriormente, pela doutrina do direito<br />

administrativo” 41 . Com efeito, as i<strong>de</strong>ias do Iluminismo e<br />

do <strong>Direito</strong> Natural diminuíram o autoritarismo do

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