11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

naturalístico: o crime é i<strong>de</strong>ntificado axiologicamente por<br />

categorias jurídicas 13 .<br />

Finalmente, a superação do método científicopositivista<br />

é inegavelmente um mérito que ninguém<br />

po<strong>de</strong> retirar do neokantismo, especialmente quando<br />

<strong>de</strong>monstrou que toda realida<strong>de</strong> traz em seu bojo um<br />

valor preestabelecido (cultura), permitindo a<br />

constatação <strong>de</strong> que o <strong>Direito</strong> positivo não contém em si<br />

mesmo um sentido objetivo que <strong>de</strong>ve ser, simplesmente,<br />

“<strong>de</strong>scoberto” pelo intérprete. Ao contrário, as normas<br />

jurídicas, como um produto cultural, têm como<br />

pressupostos valores prévios, e o próprio intérprete<br />

que, por mais que procure adotar certa neutralida<strong>de</strong>,<br />

não estará imune a maior ou menor influência <strong>de</strong>sses<br />

valores 14 .<br />

4. O ontologismo do finalismo <strong>de</strong> Welzel<br />

Como já indicamos no estudo da evolução<br />

epistemológica do <strong>Direito</strong> <strong>Penal</strong>, Welzel <strong>de</strong>senvolveu<br />

sua doutrina finalista (entre 1930 e 1960) sustentando a<br />

formulação <strong>de</strong> um conceito pré-jurídico <strong>de</strong><br />

pressupostos materiais, <strong>de</strong>ntre os quais a conduta<br />

humana, prece<strong>de</strong>ntes a qualquer valoração jurídica. Para<br />

contrapor-se ao subjetivismo epistemológico do<br />

neokantismo, afirmava Welzel que não é o homem, com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!