11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

proprieda<strong>de</strong> etc. Essa contribuição po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a fase da preparação até a fase executória do crime.<br />

Nada impe<strong>de</strong> que a cumplicida<strong>de</strong> também ocorra sob a<br />

forma <strong>de</strong> omissão, quando o partícipe tem o <strong>de</strong>ver<br />

genérico <strong>de</strong> agir, como seria o caso do vigilante que<br />

<strong>de</strong>ixa propositalmente aberta a porta do estabelecimento<br />

para facilitar a ação do autor do furto.<br />

A cumplicida<strong>de</strong>, segundo Welzel, “tem <strong>de</strong> favorecer<br />

(objetivamente) o fato principal e este favorecimento ser<br />

querido (subjetivamente) pelo cúmplice, para o qual<br />

basta o dolo eventual” 66 . No entendimento <strong>de</strong> López<br />

Peregrín 67 , a cumplicida<strong>de</strong> é favorecedora da prática<br />

do crime, e po<strong>de</strong> ser caracterizada como a conduta que<br />

ex ante cria um risco não permitido <strong>de</strong> favorecimento à<br />

execução do <strong>de</strong>lito, e cuja relevância causal se constata<br />

ex post. Nesse sentido, a cumplicida<strong>de</strong> se caracteriza<br />

por acelerar, assegurar ou facilitar a execução que é<br />

levada a cabo pelo autor, ou por intensificar o resultado<br />

do <strong>de</strong>lito, na forma em que era previsível. Enfim, na<br />

cumplicida<strong>de</strong> o partícipe contribui materialmente para a<br />

prática do crime.<br />

Por <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro, qualquer que seja a forma ou espécie<br />

<strong>de</strong> participação, é indispensável a presença <strong>de</strong> dois<br />

requisitos: eficácia causal e consciência <strong>de</strong> participar<br />

na ação <strong>de</strong> outrem. É insuficiente a exteriorização da<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar. Não basta realizar a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!