11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

originalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns dos seus pre<strong>de</strong>cessores. O que<br />

nêle (sic) se distingue é a lógica jurídica, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

dialética com que expõe e justifica o seu programa e a<br />

admirável capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistematização, que fêz (sic)<br />

<strong>de</strong>le o expositor máximo e consolidador da escola e um<br />

dos maiores penalistas <strong>de</strong> todos os tempos” 20 . Para o<br />

mestre <strong>de</strong> Pisa, o crime era composto <strong>de</strong> uma força física<br />

e uma força moral, o que correspon<strong>de</strong>ria, em termos<br />

atuais, ao elemento objetivo e ao elemento subjetivo.<br />

Carrara tinha como fundamento básico o <strong>Direito</strong><br />

natural, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> emanavam direitos e <strong>de</strong>veres, cujo<br />

equilíbrio cabe ao Estado garantir 21 . Para Carrara, “a<br />

pena não é mais do que a sanção do preceito ditado<br />

pela lei eterna: a qual sempre visa à conservação da<br />

humanida<strong>de</strong> e à tutela dos seus direitos, sempre<br />

proce<strong>de</strong> da norma do justo: sempre correspon<strong>de</strong> aos<br />

sentimentos da consciência universal” 22 .<br />

Carrara enunciava os princípios fundamentais <strong>de</strong> sua<br />

escola, como sendo, em síntese, os seguintes: 1) crime<br />

é um ente jurídico — buscando encontrar uma fórmula<br />

para sintetizar o seu pensamento, afirmou que o crime<br />

não é um ente <strong>de</strong> fato, é um ente jurídico; não é uma<br />

ação, é uma infração. É “um ente jurídico, porque sua<br />

essência <strong>de</strong>ve consistir necessariamente na violação <strong>de</strong><br />

um direito. Mas o direito é congênito ao homem, porque

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!