11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

partícipe se esta não influir na ativida<strong>de</strong> final do<br />

autor 68 . Não tem relevância a participação se o crime<br />

não for, pelo menos, tentado. Que importância teria o<br />

empréstimo da arma se o autor não a utiliza na execução<br />

do crime ou nem sequer se sente encorajado a praticá-lo<br />

com tal empréstimo? Por outro lado, é indispensável<br />

saber que coopera na ação <strong>de</strong>litiva <strong>de</strong> outrem, mesmo<br />

que o autor <strong>de</strong>sconheça ou até recuse a cooperação. O<br />

partícipe precisa ter consciência <strong>de</strong> participar na ação<br />

principal e no resultado.<br />

8.2. Fundamento da punibilida<strong>de</strong> da participação<br />

Duas teorias procuram explicar o fundamento da<br />

punibilida<strong>de</strong> da participação, que, em si, po<strong>de</strong>ria<br />

constituir uma conduta atípica.<br />

a) Teoria da participação na culpabilida<strong>de</strong><br />

Segundo essa teoria, o partícipe é punido pela<br />

gravida<strong>de</strong> da influência que exerce sobre o autor,<br />

convertendo-o em <strong>de</strong>linquente ou, no mínimo,<br />

contribuindo para tanto 69 . Para essa teoria o partícipe<br />

age corrompendo o autor, conduzindo-o a um conflito<br />

com a socieda<strong>de</strong>, tornando-o culpável e merecedor <strong>de</strong><br />

pena 70 . Referida teoria teve <strong>de</strong> ser abandonada pela<br />

dogmática alemã, que, a partir <strong>de</strong> 1943, viu consagrado<br />

em seus textos legais que para a punibilida<strong>de</strong> da

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!