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BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

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<strong>de</strong>feitos pessoais, não po<strong>de</strong>m celebrar contratos. Essa é<br />

outra i<strong>de</strong>ia que se encontra intimamente vinculada aos<br />

<strong>de</strong>lineamentos reabilitadores da pena, visto que se<br />

chega a pensar que o <strong>de</strong>lito é expressão <strong>de</strong> alguma<br />

patologia, o que justificaria, senão a imposição da pena,<br />

pelo menos a procura <strong>de</strong> um meio “curativo” ou<br />

reabilitador. Com efeito, <strong>de</strong>ntro da teoria clássica, essa<br />

patologia harmoniza-se melhor com a irremediável<br />

imposição <strong>de</strong> uma sanção; 3) os teóricos do contrato<br />

social tinham um conhecimento especial dos critérios<br />

para <strong>de</strong>terminar a racionalida<strong>de</strong> ou irracionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

ato. Esses critérios seriam <strong>de</strong>finidos através do conceito<br />

<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> 17 .<br />

Mo<strong>de</strong>rnamente, os anseios reformistas e<br />

ressocializadores questionam a racionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />

contrato e a legitimida<strong>de</strong> da resposta estritamente<br />

punitiva. Na verda<strong>de</strong>, apesar da evolução liberal da<br />

Escola Clássica, a teoria do Contrato Social representou<br />

um marco i<strong>de</strong>ológico a<strong>de</strong>quado para a proteção da<br />

burguesia nascente, insistindo, acima <strong>de</strong> tudo, em<br />

recompensar a ativida<strong>de</strong> proveitosa e castigar a<br />

prejudicial. Em outras palavras, não fez mais do que<br />

legitimar as formas mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> tirania 18 . Mas essa<br />

crítica não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senvolvida neste momento, em<br />

que nos ocupamos exclusivamente da evolução

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