11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

quando a <strong>de</strong>fesa for exercida contra uma agressão<br />

constitutiva <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> injusto penal. Com efeito, o<br />

art. 20, 4, do Código <strong>Penal</strong> espanhol <strong>de</strong>staca que “por<br />

agressão injusta enten<strong>de</strong>-se o ataque constitutivo <strong>de</strong><br />

crime ou contravenção”. Essa interpretação<br />

espanhola 51 , contudo, é insustentável no or<strong>de</strong>namento<br />

jurídico brasileiro — que expressamente <strong>de</strong>fine<br />

agressão injusta <strong>de</strong> forma mais abrangente — dar<br />

interpretação restritiva, especialmente por se tratar <strong>de</strong><br />

norma permissiva; aliás, norma permissiva que assegura<br />

o exercício <strong>de</strong> um direito protegido por um instituto<br />

jurídico — legítima <strong>de</strong>fesa — que tem suas origens na<br />

distante Antiguida<strong>de</strong>. A difícil satisfação <strong>de</strong> todos os<br />

seus requisitos objetivos e subjetivos é suficiente para<br />

mantê-lo conforme um Estado Democrático <strong>de</strong> <strong>Direito</strong>,<br />

especialmente sob os princípios da proporcionalida<strong>de</strong><br />

e da razoabilida<strong>de</strong>.<br />

A interpretação da doutrina brasileira, por outro lado,<br />

enten<strong>de</strong>ndo que basta a agressão injusta constituir um<br />

fato ilícito, não impe<strong>de</strong> que se observem rigorosamente<br />

o s princípios da proporcionalida<strong>de</strong> e da<br />

razoabilida<strong>de</strong> na prática <strong>de</strong> um fato <strong>de</strong>finido como<br />

meio necessário e a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa ante uma<br />

agressão também grave (ilícita). Por fim, revela-se<br />

absolutamente inadmissível o emprego <strong>de</strong> analogia in<br />

malan partem, para restringir-lhe direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!