11.08.2017 Views

BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

socieda<strong>de</strong>, que lhe é permitida a utilização dos meios<br />

mais drásticos <strong>de</strong> coerção.<br />

Esse entendimento sobre as funções da norma penal<br />

revela-se, a<strong>de</strong>mais, compatível com o conteúdo<br />

valorativo e imperativo que a norma penal expressa.<br />

Com efeito, a norma penal <strong>de</strong>ve ser concebida como<br />

norma <strong>de</strong> valoração na medida em que contêm um juízo<br />

<strong>de</strong> valor acerca do justo e do injusto. E essa valoração<br />

está pautada a partir da função <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> bens<br />

jurídicos. Por outro lado, a norma penal expressa<br />

mandados e proibições <strong>de</strong> caráter imperativo, incidindo<br />

sobre a conduta <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>stinatários, para que atuem<br />

em conformida<strong>de</strong> com o <strong>Direito</strong>. Nesse sentido, a norma<br />

penal é concebida como norma <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação e seu<br />

objetivo é fomentar, através da motivação coercitiva,<br />

as condições <strong>de</strong> convivência pacífica em socieda<strong>de</strong>.<br />

Deve-se, <strong>de</strong> fato, admitir que o conteúdo imperativo da<br />

norma penal está vinculado com a função preventivogeral<br />

da pena que, por sua vez, há <strong>de</strong> estar limitada<br />

pelo conteúdo valorativo da norma penal, cujo referente<br />

material consiste na proteção subsidiária <strong>de</strong> bens<br />

jurídicos 73 .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!