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BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral

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obrigação <strong>de</strong> cumprir or<strong>de</strong>ns inconvenientes,<br />

inoportunas, mas não ilegais. Não tem o direito, como<br />

subordinado, <strong>de</strong> discutir a oportunida<strong>de</strong> ou<br />

conveniência <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m, mas a ilegalida<strong>de</strong>, mais<br />

que o direito, tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> apontá-la, e negar-se a<br />

cumprir or<strong>de</strong>m manifestamente ilegal. Por essa razão,<br />

<strong>de</strong>stacava Fre<strong>de</strong>rico Marques, se o superior dá a or<strong>de</strong>m,<br />

nos limites <strong>de</strong> sua respectiva competência, revestindose<br />

das formalida<strong>de</strong>s legais necessárias, o subalterno ou<br />

presume a licitu<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m ou “se sente<br />

impossibilitado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cer o funcionário <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a<br />

or<strong>de</strong>m emanou (inexigibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outra conduta): <strong>de</strong><br />

uma forma ou <strong>de</strong> outra, é incensurável o proce<strong>de</strong>r do<br />

inferior hierárquico, e, por essa razão, o fato praticado<br />

não é punível em relação a ele”. Contudo, se a<br />

ilegalida<strong>de</strong> for manifesta, o subalterno tem não apenas o<br />

direito, mas também o <strong>de</strong>ver legal <strong>de</strong> não cumpri-la,<br />

<strong>de</strong>nunciando a quem <strong>de</strong> direito o abuso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r a que<br />

está sendo submetido.<br />

2.2.1. Tratamento da obediência hierárquica no Código<br />

<strong>Penal</strong> Militar<br />

Cumpre, a esta altura, fazer uma distinção entre o<br />

funcionário civil e o funcionário militar. O funcionário<br />

civil não discute a oportunida<strong>de</strong> ou conveniência <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m superior, mas po<strong>de</strong> discutir a sua legalida<strong>de</strong>. E

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